Zombieland 2: Tiro Duplo (2019) - Que bom é matar Zombies
Sinopse: Passaram 10 anos desde que Tallahassee (Woody Harrelson), Columbus (Jesse Eisenberg), Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) se juntaram e formaram equipa contra o vírus zombie que assolapou o mundo. Agora, enfrentam novos zombies, sobreviventes e o que significa mesmo ser uma família…
É caso para dizer que em equipa vencedora, não se mexe - muitos treinadores de futebol tentam seguir esta máxima sem sucesso. Felizmente, não foi o caso de Zombieland, que 10 anos depois da estreia do primeiro filme continua com o seu… digamos je ne sais quois tão característico.
Passaram 10 anos, é verdade, desde que ficámos a conhecer os 4 protagonistas e as circunstâncias em que se encontraram. Foram 10 anos em que o vírus zombie se propagou, mas que também a população sobrevivente se reuniu e aprendeu o que fazer para fugir à praga. E foram 10 anos que pareceram não passar, porque em nenhuma altura dos 1h39 minutos de duração do filme ficamos com a sensação de que alguma coisa mudou.
Sim, isso é uma coisa boa. Zombieland 2 é tudo o que queremos de uma sequela: uma continuação do filme original, mantendo o seu cunho especial e aquilo que nos encantou, sem trazer a sua novidade. Aqui é verdade que o novo é mais trazido no campo do enredo e no crescimento dos personagens do que propriamente algo mais inovador, mas não interessa - não há dúvida de que voltámos à Zombieland.
O primeiro filme tornou-se um quase clássico da comédia com zombies por ser extremamente caótico e, claro, cómico ao mesmo tempo. Tem os elementos clássicos da comédia, como colocar personagens antagónicas a formar equipa ou jorros de sangue a viajarem contra a câmara, mas também tem um encanto muito seu. O ritmo constante de diálogo, o ambiente que criado para a Zombieland e os seus pequenos cameos tornaram uma comédia clássica mais num gore moderno e cómico - se é que existe tal coisa.
Tiro Duplo (felizmente, mais uma vez) traz tudo de volta. Columbus continua com um diálogo errante, continua o estereótipo do nerd que contrasta com o hillbilly Tallahassee e com a namorada bad ass que é Wichita. O tom gore e carnívoro não falta, bem como os momentos de comédia fácil aos quais é impossível resistir. E temos um enredo consistente, que faz todo o sentido como continuação do filme anterior sem ficarmos com uma sensação de ‘Eiishh isso é impossível’.
Foi bem possível porque, lá está, em equipa vencedora não se mexe. Aqui podíamos estar a referir-nos apenas ao grupo de protagonistas que aceitou regressar para a sequela, mas é pouco: de regresso estão também o realizador Ruben Fleischer e os co-argumentistas Rhett Reese e Paul Wernick, a quem se juntou Dave Callaham.
Isto permite consistência e um conhecimento bem distinto do que é a Zombieland e do que precisa para ser o clássico que foi antes. Não que seja um clássico espetacular que vos vai fazer esquecer todos os outros filmes de comédia - não, mas é que este está mesmo bem escrito e tem mesmo piada. E zombies!
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