Vamos passar a falar de TV, sim?
Não vou voltar a fazer o discurso de sempre, com a lengalenga de sempre; já perceberam que estive ausente e eu já percebi que é um problema que tenho.
Independentemente das razões que levaram a essa ausência, gosto de pensar que agora é a sério! Agora é que vamos passar a ter conteúdo regular e interessante, para que qualquer pessoa que goste de ler o que escrevo de facto acredite que vale a pena.
Então, para me comprometer com isso, fiz alguma alterações ao que acho que este blog devia ser.
Antes de mais, não o considero tanto um blog. Não sei porquê, sempre considerei um blog uma coisa muito mais pessoa e intimista do que isto que escrevo aqui. Quando comecei o Fui Ao Cinema assumi sempre que seria uma plataforma de conteúdos direcionados para o Cinema, mas também um sítio onde pudesse divagar um pouco mais se necessário. Chamar-lhe blog parece-me, por isso, redutor.
Outra coisa que mudou foi a forma como vivo o Cinema. Apesar de continuar a considerar que esta Arte tem as suas peculiaridades e não há melhor forma de a viver do que na sala, nos últimos tempos tenho aprendido outras formas de a apreciar e valorizar. Para já, consumo mais cinema em casa - o que já de si é uma grande diferença, mesmo que o meu televisor tenha um tamanho considerável. Depois, consumo outras formas cinematográficas que vão além dos filmes.
Nomeadamente, séries de TV.
O surgimento do Netflix, Hulu, HBO ou Amazon Prime, entre tantas outras novas produtoras com poder económico e criativo, trouxe consigo um nova perspetiva sobre aquilo que se faz em televisão. Antes, se um filme que ia diretamente para TV era considerado um falhanço e uma pobreza de espírito, agora esses filmes ganham Óscares. A própria divisão entre atores de Cinema e Televisão, antes muito vincada (com o prestígio todo para aqueles que faziam filmes), agora está cada vez mais ténue.
Mas ainda bem que assim é. Temos mais histórias e mais produções a aparecer sem a necessidade de estarmos totalmente dependentes de produtoras e estúdios de cinema que só olham para lucro e audiências. O caso de Aniquilação é um ótimo exemplo: quando os estúdios voltaram atrás com a decisão de exibir nas salas de cinema porque os primeiros testes em sala não tiveram críticas positivas, foi antes exibido no Netflix.
A minha opinião sobre o Cinema, a sua arte e a melhor forma de assistirmos não mudou, só que estou menos limitada a achar que tudo o que são filmes têm de seguir uma determinada norma. Continuo a considerar que todos devemos ir ao cinema com frequencia, da mesma forma que agora acho que uma subscrição do Netflix por mês não sabes o bem que te fazia.
A Arte muda, as pessoas mudam e com elas mudam os nossos interesses e paixões. O Fui Ao Cinema e o resultado de uma dessas paixões e apenas evoluiu quando eu própria evoluí.
Isto é a sua evolução.