#RoadToTheOscars: O Primeiro Encontro (2016) – Isto não é uma história de aliens
Sinopse: Quando doze objetos não identificados chegam à Terra, as forças especiais unem forças para tentar descobrir as suas intenções. Do lado norte-americano, Louise Banks (Amy Adams), uma especialista em linguística, é chamada para tentar decifrar a linguagem dos seres alienígenas que habitam cada objeto. O que descobre é muito mais do que uma nova língua.
Desde que estreou nos cinemas que O Primeiro Encontro tem suscitado curiosidade e muitas críticas positivas. Eu vou ser honesta: quando vi o trailer pela primeira vez, pensei que fosse mais um filme sobre aliens. Foi com a chegada de opiniões, e mutas coisas boas a acontecer à volta do filme, que pensei “bem, alguma coisa de especial tem de ter.”
Por isso, nesta minha maratona pré-Óscares, este filme não podia faltar. A razão são as oito nomeações para os prémios, incluindo Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento. E sim, merece-as.
Primeiro, porque afinal O Primeiro Encontro é um pouco mais profundo do que um filme sobre aliens. Não que isso seja necessário para que a ficção científica seja nomeada; a questão é que está de tal forma bem construído, que só nos apercebemos disso já quase o filme está no final.
Eu gosto de surpresas, por isso, esta é daquelas surpresas que faz de um filme bom algo de extraordinário.
Ao longo da ação, vamos conhecendo muito das opiniões e formas de estar de Louise. Ela é a principal ponte entre os norte-americanos e os heptapodes (como chamam aos seres de outro planeta), mas também aquela que nos faz perceber um pouco mais sobre a natureza humana.
Conforme ela vai descobrindo mais sobre os heptados, descobre sobre a sua própria vida, e nós vamos refazendo as nossas decisões e opções feitas hoje, e que serão feitas no futuro.
Aqui, o futuro é crucial. Será que as nossas decisões seriam as mesmas se conhecessemos o futuro? Será que mudávamos as nossas experiências, e evitávamos a dor.
O melhor de O Primeiro Encontro é que faz todas estas questões, sem nunca surgirem formuladas. O argumento está tão bem montado, a direção tão bem estruturada, que (quase) nada ao longo do filme nos indicía a que este seja o verdadeiro cerne da história (e digo quase porque, depois de assistirmos, ligamos todos os pontos e tudo faz sentido).
Como gosto de filmes assim, que mascaram questões e nos fazem ver até ao fim para percebermos porque é que é tão bom!
Se bem que uma das coisas mais criticadas desta award season seja a ausência de uma nomeação para Amy Adams. Ela é, sem dúvida, a estrela entre um elenco que conta (muito bem) com Jeremy Renner e Forest Whitaker. Consegue dar-nos a ideia de que estamos perante uma mulher frágil e solitária, que se vê perante uma difícil escolha, e a toma sem problema.
Se merecia a nomeação? Talvez. De entre as nomeadas, penso que seja a que tem a prestação mais “apagada,” se bem que perfeita para o tipo de filme e história que é.
É um caso bicudo. Lá está: O Primeiro Encontro é um filme super completo, e acima de tudo muito bem feito. Tem uma história do caneco, e deixa-nos com questões muito mais profundas do que aquelas que julgavamos possíveis num filme sobre aliens. E a atriz principal é totalmente perfeita para a personagem, e a sua abordagem é perfeita para a história.
O que é falta para sair vitorioso? Saberemos dia 26.
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