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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Relembrar a beleza de O Sítio das Coisas Selvagens

21.10.16 | Maria Juana

A televisão privada às vezes tem coisas do diabo. Entre filmes de estrelas de wrestling e outros tantos, de vez em quando lá exibem um ou outro filme que efetivamente merece a nossa atenção. No último fim de semana, foi o que aconteceu numa soalheira tarde de sábado, em que tivemos a oportunidade de assistir a O Sítio das Coisas Selvagens. E que viagem…

 

Parece um daqueles filmes infantis, sobre crianças e para crianças, não é? Não é de estranhar. De facto, O Sítio das Coisas Selvagem começou por ser um livro de Maurice Sendak, lançado em 1963. Foram várias as adaptações que teve, mas a de Spike Jonze, em 2009 (e que a SIC exibiu no fim de semana passado) é a mais recente.

 

E a meu ver, tem pouco de infantil. A história é muito semelhante à do livro: Max é um menino cheio de imaginação, que um dia é posto de castigo. Foge de casa, e quando dá por si está numa ilha habitada pelas Coisas Selvagens, que o nomeiam seu rei. Mas Max depressa percebe que o seu lugar é em casa, para onde regressa.

 

 

Ver O Sítio das Coisas Saudáveis pela primeira vez é uma experiência. Não sabemos bem o que pensar, ou o que achar do seu visual e história. “Será que é para crianças? Mas onde é que ele foi parar? Como é que fizeram aquilo?” Tudo parece um pouco estranho.

 

Mas como todas as invenções de crianças, é estranho. E o que tem de melhor, é que é inocente, e visto apenas pela perspetiva da criança. É assistirmos ao seu mundo, às suas ideias e vontades, e à sua realização de que, afinal, os pais não são criaturas assim tão vis, que podem ser amigos.

 

Acima de tudo, é um belo testemunho daquilo que o Cinema nos pode dar. Assisti novamente a O Sítio das Coisas Selvagens, sabendo que a sua inocência e simplicidade me iam novamente puxar para aquele mundo.

 

 

Sobretudo porque também já fui uma criança cheia de imagnação. Já criei os meus mundos, com seres estranhos e amigos, e já tive de me aperceber que o mundo real também tem as suas coisas boas. Por isso, olhar para a história de Max (e para a forma como Spike Jonze a conta), é como ver também um pouco da minha história.

 

Mais do que isso, é ver como, às vezes, as histórias mais simples são aquelas que mais nos tocam. Não há grande ciência na forma como a história é contada, nem grandes aparatos. Não é uma prestação genial, nem uma produção de brandar aos céus. E no entanto, é um dos filmes mais bonitos que temos a oportunidade de rever.

 

É daquelas situações em que, por muito que se diga, fica algo por dizer. Eu podia continuar por aqui a explicar o porquê de gostar tanto de O Sítio das Coisas Selvagens, e gastava várias páginas Word. Porém, tudo se resume à sua beleza.

 

Porque as coisas complexas não são necessariamente as melhores. Às vezes, são as mais simples e infantis que ficam no nosso coração. E isso é a beleza do Cinema.