Os 5 filmes obrigatórios de David Fincher
Não vou mentir: sou uma fangirl de David Fincher. São raros (ou nenhuns) os filmes que vejo do cineasta e de que não gosto. Ele tem o condão de me deixar presa ao ecrã, e quase que sabe exatamente o que eu quero que aconteça.
Ninguém estava espera – sobretudo porque Fincher, que hoje faz anos, começou a sua carreira como realizador de videoclipes. Sim, vídeos de música, e foi considerado dos melhores no seu tempo. Madonna, Michael Jackson e Aerosmith foram alguns dos artistas que trabalharam com aquele que seria mais tarde considerado um dos melhores realizadores do seu tempo.
É possível compreender porquê. Fincher tem o condão de tornar cada história sua. Ele controla a câmara de forma a mostrar-nos o centro da mensagem, precisamente aquilo que ele quer contar. Tudo num semblante negro, cheios de pormenores e ritmos.
Não precisa de planos inventivos, ou loucas transições entre cenas. O que ele faz é cru, e é por isso que gostamos.
A sua filmografia não é muito longa. Na verdade, é um dos realizadores atuais em Hollywood com menos filmes realizados. São 10 os filmes que contam com a sua assinatura, numa lista que tem início em Alien 3, em 1992. Desses 10, não lhe faltam êxitos de bilheteira e crítica, e até um dos meus filmes preferidos de sempre.
Para mim, estes são os obrigatórios da sua filmografia.
Em Parte Incerta (2014)
Comecemos pelo mais recente, e um dos mais elogiados. Fincher já realizou vários filmes baseados em livros, e sempre com bom resultado. Claro que aqui teve uma pequena ajuda: o argumento é da autoria de Gillian Flynn, também autora do livro. Mesmo assim, só Fincher conseguiria dar à história o semblante negro e de mistério que pede. Porque Em Parte Incerta, tudo parece normal, mas na verdade existem dramas psicológicos e twists que nos deixam de boca aberta durante todo o filme.
S7ven – 7 Pecados Mortais (1995)
De início, parece apenas mais um filme policial, mas afinal é um intenso drama que mexe com todas as emoções humanas. É de tal forma intenso que, sempre que o revemos, surgem as mesmas emoções e impressões. Talvez seja por isso considerado por tantos (e por mim também) um dos melhores filmes de Fincher, se não o melhor. Lá está, não se trata de ângulos muito bem pensados, ou não. Trata-se daquilo que vemos no ecrã, e daquilo que nos fazem transmitir. Nós podemos não ver o que está dentro da caixa, mas só a cara de Morgan Freeman ao abri-la, e o semblante sério de Kevin Spacey, dão arrepios na espinha. É ver para crer.
A Rede Social (2010)
Não é o fime mais inventivo, mas é dos mais ritmados e bem construídos de Fincher. As passagens entre e o passado e o presente são uma constante, mas não é por isso que nos perdemos na ação. O controlo da história é de Fincher, e ele sabe perfeitamente como passar de um momento para o outro para nos deixar sem esquecer o que está a acontecer – David Ayer, em Esquadrão Suicida, tentou fazer o mesmo e não se deu bem. Porque não é para todos – é para quem sabe.
Zodiac (2007)
Tal como S7ven, parecia mais um drama policial, mas afinal é muito mais do que isso. É a humanidade no ecrã, a nossa obsessão e até que ponto nos pode influenciar. Li algures que a obsessão é um tema recorrente nos filmes de Fincher, e que o próprio realizador é obcecado pela perfeição. Talvez seja por isso que, aqui, todas as peças do puzzle se juntam para nos dar um relato de uma história verídica, que nos leva a querer saber mais e mais sobre a história. Ainda por cima, Fincher sabe que atores escolher para cada papel – e escolhe sempre bem.
Clube de Combate (1999)
Terminamos com o meu filme preferido de Fincher, e aquele que considero uma das suas grandes obras de arte. Inspirado no romance de Chuck Palaniauk, é um dos mais inventivos e... estranhos filmes do norte-americano. Nós até podemos perceber a uma altura da história onde é que nos vai levr. No entanto, Fincher faz-nos embarcar naquele mundo louco de Tyler Durden e de . A câmara dá literalmente voltas e voltas ao cenário, e com ela somos levados. Aquele universo prende-nos, e presos somos na sua reviravolta. E tão bem que sabe..
EXTRA: Não é dos melhores filmes de Fincher – muito pelo contrário. No entanto, O Estranho Caso de Benjamin Button tem um lugar especial no meu coração. Talvez porque a história não nos deixa indiferentes: independentemente da idade, a vida chega ao fim. Somos nós que escolhemos o que fazer com ela.