May the Fourth be With You – uma história de amor
Hoje é aquele dia do ano em que todos os geeks e nerds do Universo gostavam de andar de light saber na mão – bem, à exceção de qualquer conveção ou Carnaval. É um dia dedicado em exclusivo ao nosso amor por Star Wars. Podem dizer que esse pode ser qualquer dia do ano (como o Natal), mas não: porque hoje é May the Fourth e a Força está em todo o lado.
Star Wars é das sagas mais adoradas do mundo. Acho que já falei aqui tanto dela que muito provavelmente estão cansados – peço desculpa, mas I don’t really care. E não é porque eu sou daquelas que escreve para mim, e não quer saber dos seus leitores. Não, é só mesmo porque Star Wars é mesmo muito, mas muito fixe.
Eu percebo que nem todos gostem ou consigam perceber porque é que um filme sobre ninjas do espaço pode ter tantos fãs e ser considerado de culto. Não é fácil explicar o que é que Star Wars tem de especial. Eu própria levei vários anos a conseguir perceber, mas finalmente cheguei a essa conclusão; a de que o mundo do Cinema é melhor quando temos guerras estrelares como esta.
Em 1977, quando estreou Uma Nova Esperança, este era quase um mundo novo. Sim, já havia homens a voar e grandes filmes de aventuras, mas nenhum que elevasse a ficção científica a este patamar. Star Wars veio mostrar que uma aventura no espaço era possível, veio alargar os limites da imaginação, e permitir que toda uma geração de jovens e adultos curtisse à brava espadas espaciais porque riam, ficam surpreedidos e viam aliens, tudo na mesma hora e meia.
Era, como sempre foi, um filme em que as regras do fazer sentido não precisavam de existir. Claro que uma sucata podia viajar mais depressa do que uma frota militar! Claro que um ser humano conseguia perceber a linguagem animalesca de um urso gigante! Claro que um homenzinho verde pode ser o mais poderoso da galáxia!
A verdade é que não havia regras. Estavam a ser ditadas por novos heróis, heróis que iam contra o mais mauzão do Universo porque sentiam a Força, que descobriam o significado da amizade e do amor e fortaleciam laços familiares.
Mas não foi nisso que pensei quando vi um filme de Star Wars pela primeira vez. Recordo ir ao cinema com os meus amigos assistir a A Vingança dos Sith. Foi um daqueles filmes meio obrigada, porque um amigo obcecado pela figura de Anakin Skywalker no seu lado negro fazia anos na altura em que estreava. Antes disso, já a minha melhor amiga me tinha apresentado ao universo, mas apenas as prequelas.
Gostei. Gostei sempre aquela figura da Padmé, que basicamente fazia o que queria. E das suas ideias maradas – mas só quando assisti aos filmes originais, anos depois, é que percebi o fenómeno (e comecei a pura e simplesmente não perceber a existência das prequelas).
Só anos depois comecei a eu própria entender o que todos os outros viam: o humor, a emoção, o puro senseless da aventura espacial. Percebi finalmente que o Cinema, para ser bom, não tem de nos contar uma história de partir o coração ou de ir contra a sociedade; só precisa de ser porreiro.
Desde então que vivo Star Wars tal como deve ser vivido: como um fenómeno. Vibro com as novas estreias, fico entusiasmada com os eventos, e brinco várias vezes com a réplica do R2-D2 que tenho em casa. E para o caso de se estarem a perguntar: não, não vou vestida a conveções, ou cumprimento as pessoas com “Que a Força Esteja Contigo”, mas quem sabe um dia.
Porque isto de gostar de Star Wars é mesmo uma história de amor. Daquelas em que nos apaixonamos, nos dececionamos, ficamos de coração partido e depois fazemos as pazes como se nada tivesse acontecido. Relembramos as memórias passadas do tempo que tivemos juntos, e esperamos com ansiedade pelo futuro.
Quando falamos de uma série de filmes, o futuro é algo muito mais fácil de controlar. Sobretudo agora que novos filmes são lançados todos os anos, e que gostar de Star Wars está na moda. Eu sei que este artigo parece um pouco saído daqueles novos fãs que viram O Despertar da Força e acordaram antes para a vida. Mas mesmo que fosse, isso não tiraria o mérito.
É bom que Star Wars esteja na moda. Eu sei que devem estar fartos de ouvir falar sobre isto, mas enquanto fã é bom perceber que há mais gente a gostar, a vir para este lado da Força e que nos faz ver que não somos assim tão malucos quanto isso.
Eu sou fã dos novos filmes. Gosto muito destes novos episódios, que nos fazem regressar ao universo em bom. Mesmo com todos os paralelismos, acredito que acrescentam sempre qualquer coisa nova à história.
Da mesma forma que fui grande fã de Rogue One. Mais do que uma continuação, é a oportunidade de ver um outro lado da história, muito mais negro e sério mas igualmente galático.
Tenho, no entanto, algum receio com Solo. O filme que estreia este mês vai contar como é que Han Solo se tornou na personagem que sempre adorámos, e penso que o meu medo seja mesmo esse: sempre vi Han Solo como Harison Ford e aquela sua caracterizaçõ tão própria. Vir agora o Alden Ehrenreich estragar essa mística... Bem, espero que não. Tal como espero que colocar Ron Howard ao leme não tenha sido uma escolha precipitada.
Teremos de esperar pelo final de maio para saber se esta nova versão deu certo.
Entretanto, que a Força Esteja Convosco, e aproveitem o vosso May the Fourth para uma maratona deste maravilhoso universo.