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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ver Sharknado 5: Voracidade Global, e vocês deviam ver também

11.08.17 | Maria Juana

Lembram-se de Sharknado, aquele filme cuja premissa era uma tempestade tão forte que tinha tubarões a cair no meio da rua e a matar toda a gente? O tornado evoluiu de tal forma que deu origem a mais quatro filmes e é hoje, 11 de agosto, que estreia em Portugal a quinta parte da saga, no canal SyFy. Mas será que vale o nosso tempo?

 

Se estamos numa de dizer a verdade, eu confesso que sou fã destes filmes – não só de Sharknado, mas filmes idiotas cujo único propósito é serem tão maus que nos fazem rir. São estes enredos e atores tão maus que me fazem saber apreciar o que de bom se faz no cinema, enquanto dou umas gargalhadas valentes.

 

É uma comédia sem precisar de ter o Adam Sandler a fazer piadas porcas!

 

 

A primeira vez que assisti a Sharknado nem sabia o que dizer. Os tubarões voavam por todo o lado, as pessoas eram comidas mas não morriam, eram dados socos e pontapés como se não houvesse amanhã. Estava feito para ser mau, e eu estava a adorar! Os atores faziam um esforço enorme para ser credíveis, e estava a ser muito complicado.

 

Eu ri-me como não me ria há muito tempo. Bati no sofá, as lágrimas vieram-me aos olhos e eu só pensava que alguém tem de estar muito desesperado para fazer um filme assim.

 

Não devo ter sido a única, porque o conceito de Sharknado tornou-se de tal forma popular, que hoje é um fenómeno global. Já foram feitos 5 filmes, vistos por milhões e com estreias em todo o mundo. Os fãs adoram e seguem com afinco os caçadores de tubarões (ou de tornados?), e os atores são considerados verdadeiros heróis.

 

Por isso, quando um passatempo do SyFy dizia que havia convites para assistir à antestreia de Voracidade Global num cinema a sério, não hesitei. Eu tinha de ver isto no grande ecrã!

 

Vi. Voltei a rir e a chorar, e a pensar que sim, alguém tem de ter muito tempo livre para pensar em enredos assim. Mas que me diverti, diverti!

 

 

Até porque toda a gente naquela sala sabia o que ia ver, e sabia que ia gostar. O facto de ser um filme tão mau só fez com que estivessemos tão descontraídos que a sessão tornou-se tão ridícula quanto o filme. Foi ótimo dar gargalhadas e bater palmas às mortes de tubarões mais estúpidas da história, porque é impossível ficar indiferente.

 

A própria história dá voltas incríveis. Depois de anos a tentar acabar com os sharknados, os protagonistas Nova (Cassie Scerbo) e Fin (Ian Ziering) descobrem que afinal são uma ameaça pré-histórica, que os nossos antepassados conseguiram derrotar. Depois dessa descoberta, existem viagens vertiginosas num sharknado que começa em Londres, e inexplicavelmente (e sem qualquer respeito pela geografia) passa para a Suiça, Itália, Japão, Austrália e Estados Unidos. Ao mesmo tempo, uma grande de quantidade de lixo tóxico faz com que o verdadeiro Tubarão-zilla surja no meio de Tóquio.

 

No meio de tudo isto (com se não fosse suficiente), existe uma Irmandade preparada para lutar contra sharknados, uma Olivia Newton-John especialista em robótica, e até uma rainha de Inglaterra com enchimento de lábios. O sentido em tudo isto? Não existe.

 

Mas é por isso que este tipo de filmes existe: para não fazer sentido. Existe um culto de filmes que não passam de meros peões de entretenimento, em que nem os atores são bons o suficiente para acharmos aquela ação credível. E não precisam de me dizer, porque eu sei que é ligeiramente degradante para uma arte que prima por ter outros filmes extraordinariamente bons, equilibrados e que deram muito trabalho a realizar.

 

 

Vistas bem as coisas, a saga Sharknado é aquele livro menos bom, a telenovela que passa no horário das 19h, ou  programa de fim de semana que vai às terrinhas com bandas pimba. A diferença entre eles é que Sharknado foi feito e pensado de propósito para ser assim. E tem orgulho nisso!

 

Não condeno, porque encontrar aquelas piadas, de tão más que são, tem de dar algum trabalho à equipa de produção. Também não condeno porque a verdade é que durante uma hora fico com a cabeça totalmente livre de tudo o que é problema, chatisse e aborrecimento. Se podia fazer isso com um filme decente? Claro que sim, mas e depois?

 

Tenho noção que não pagaria um bilhete de cinema normal para assistir a Sharknado 5. Mesmo assim, tenho a certeza que a experiência ainda ajudou a que fosse melhor.

 

Por isso, se querem dar umas gargalhadas e passar uma hora descontraída na sexta-feira à noite, sintonizem no SyFy. Vai valer a pena.

 

Nem que seja pelos vários convidados especiais, como Olivia Newton-John.