Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Este ano não há listas...

21.12.19 | Maria Juana

Todos os anos, por volta desta altura, começa a saga de escolher os melhores. Os melhores filmes, os melhores atores, os melhores argumentos… Sobretudo em  2019, agora que estamos a terminar uma década, há uma ânsia maior em fazer listas e listinhas de tudo o que consideramos digno da grande medalha de fazer parte dos melhores dos melhores. 

Há em nós uma necessidade de viragem de ano, como se essa viragem fosse a solução para todos os nossos problemas, como se o renovar do ano nos obrigasse a ser uma pessoa nova, com novas ideias de atitudes. Aliado à introspeção, está esta necessidade em ter a certeza que sabemos identificar aquilo que nos  fez mais felizes durante o ano que acaba - sejam produtos, filmes, livros ou séries.  

Louvo as pessoas que o conseguem fazer e até o rumam com distinção. Tentei vários anos fazer as minhas próprias listas, pessoais e culturais, e acredito que posso ter sido bem sucedida algumas vezes. 

Este ano decidi que não haveria listas. 

 

De qualquer tipo. Não vão ler quais foram os melhores filmes do ano, nem eu vou tentar perceber se cumpri os objetivos que propus a minha mesma. Também não voou delinear metas para 2020, nem começar o ano com uma motivação diferente para ser mais e melhor. 

2020 vai ser vivido ao seu próprio ritmo, sem planos, sem metas, sem objetivos específicos. 

Comecei 2019 com a sensação estranha de que este seria um ano espetacular, que conseguiria atingir tudo o  que achava que até agora me faltava. Durante vários meses segui essa ideia, as coisas correram-me bem e achava mesmo que esta minha sensação até tinha estado certa. Mas o destino  troca-nos sempre a voltas, não é? 

Este 2019 dei por mim a perceber mais uma vez que os nossos planos e as nossas sensação  são, muitas vezes, infrutíferas porque podemos fazer todos os planos e ter todas as melhores intenções, mas a vida tem sempre um dom de nos trocar as voltas. Acordei a 01 de janeiro de 2019 com a sensação de que este seria o meu ano, e foi chegar a 31 de dezembro de 2019 a pensar que, afinal, não se trata de um ano, de um mês ou semana, mas sim da forma como olhamos para os nossos dias. 

Se este discurso parece demasiado melodrámatico e estranho de ler num blog sobre cinema, as minhas mais sinceras desculpas. Contudo, nesta época decidi assumir para o cinema a mesma filosofia que dedico a 2019/2020: chega de avaliações sumárias só porque sim, de listas de concretizações e do desapontamento de não ter encontrado um preferido. 

Sim, o desapontamento. Creio que o que me fez mais chegar a esta minha conlcusão é a ideia de desapontamento que a viragem da década me traz. Se não consegui atingir os meus objetivos, o que é que isso faz de mim? Se não consegui cumprir as minhas próprias metas, o que vou conseguir atingir daqui para a frente?

Da mesma forma que  temos vontade de nos congratular, vamos forçosamente estar  também a mostrar o nosso falhanço face ao que nos propusemos - se de facto for um falhanço. Este ano, não me apetece olhar para o ano como uma fonte de vitórias e derrotas, mas sim como uma lista interminável de acontecimentos que fizeram parte da realidade. 

Por isso, este ano não há listas. Não vou enumerar os preferidos, os menos bons ou os assim assim. Vou deixá-los estar no seu canto e quando chegar a award season lá falaremos (ou não) deles. 

Tudo a seu tempo. 

1 comentário

Comentar post