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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

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Drive In #12 - Parabéns Jackie Chan!

07.04.16 | Maria Juana

É certo e sabido que, em dia de aniversário famoso, o Drive In toma como sua missão assinalar o marco - e esta semana era impossível deixar passar ao lado a sexagésima segunda primavera de Jackie Chan.

 

 

Nascido em Hong Kong sob o nome de Chan Kong-sang, (que significa, literalmente, “nascido em Hong Kong”....Originalidade em altas, papás!), a vida não foi fácil para Jackie. Os pais Lee-lee e Charlie emigraram para a Austrália quando o ator tinha apenas 7 anos, e deixaram-no a concluir a sua educação na Academia de Drama chinesa, durante a década seguinte.

Na altura, essa escola em particular preparava jovens para a Ópera de Pequim, que envolvia acrobacias, artes marciais, canto e dança, e era muito procurada nos anos 50/60 do século passado. Infelizmente, quando o ator se graduou, já não era o fenómeno de outrora. Foi por esta altura que, sem opções, Jackie seguiu a única carreira disponível na indústria e tornou-se duplo. Super atlético e cheio de ideias, ganhou destaque e, com ele, uma reputação de aceitar tentar qualquer coisa, sem medos. Não tardou para que tivesse uma lista de espera para ser contratado.

 

#sexsymbol

 

Mas tão rápido quanto arranjou trabalho, também ficou sem ele, e viu-se obrigado a ir ter com os pais à land down under. Com 21 anos e super infeliz no país dos cangurus por não encontrar emprego na área do cinema, Jackie teve de se ficar pela construção civil - e foi daí que veio o nome pelo qual hoje o conhecemos: o capataz, de seu nome Jack, não conseguia pronunciar Kong-sang, de modo que começou a chamar ao ator “little Jack”. De “little Jack” nasceu Jackie que, anos mais tarde, se tornaria um nome conhecido em todo o mundo.

 

Chan é sincero no que diz respeito ao seu sucesso: atribui todos os créditos a Willie Chan (mas todos os chineses nesta história se chamam Chan!?), o manager que o salvou da sua vida aborrecida na Austrália e o trouxe de volta para o mundo das câmeras e holofotes chineses. Iam demorar mais 20 anos até o ator chamar à atenção de Hollywood.

 

Jackie Chan e Willie Chan, no início da carreira do ator.

 

Em 1989, muito antes de o seu nome atravessar oceanos e qualquer um dos seus filmes se tornar um blockbuster, Jackie foi condecorado por serviços à indústria cinematográfica em Hong Kong. E vocês pensam: foi o presidente da câmara lá do sítio que lhe deu uma medalhita, não? Ou então...vá, ele já tinha alguma fama, era um duplo famoso, talvez tenha sido o Presidente chinês da altura? Não, amigos, na verdade, foi a eterna Rainha de Inglaterra, Elizabeth de seu nome, que o nomeou MBE: Most Excellent Order of the British Empire. Jackie Chan é um Sir como já não existem por aí, mas no papel (e se clicarem, podem ver o dito papel, para confirmarem que não vos estou a enganar!)...foi só quase.

 

Alguns anos depois, em 1995, Jackie alcançou finalmente reconhecimento nos Estados Unidos, com Rumble In The Bronx - mas foi em ‘98 que chegou ao cinema o filme que catapultou o lutador de kung fu mais fofinho do mundo para a fama internacional: Rush Hour, Hora de Ponta.

 

 

Na companhia do hilariante Chris Tucker, ficámos a conhecer um outro lado das artes marciais, recheado de humor. Jackie Chan criou o seu próprio estilo - coisa que não tinha conseguido fazer com os sucessos que tivera em Hong Kong - e que ainda hoje é reconhecido por todos nós, acabando até por ser transversal a vários tipos de filmes: comédias (Shanghai Noon e Shanghai Knights, com Owen Wilson), aventuras (The Medallion) e até animação, já que é o ator que dá a voz ao Macaco, em Kung Fu Panda.

 

Nas entrelinhas de tudo isto, o ator ainda arranjou tempo para ter uma longa e prolífera carreira na música! Ao todo são 27 álbuns de originais, e a eles junta-se a banda sonora original, em chinês, do filme Mulan, da Disney. Além disso, Jackie é Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas para a SIDA e, segundo o próprio, sempre que não está no grande ecrã a encantar-nos com o seu inglês horrível, passa o seu tempo a fazer trabalho humanitário com crianças e idosos. E quem não se lembra de Jackie Chan Adventuresos desenhos animados que não perdíamos no Cartoon Network?

 

Ah, e já agora, sabem aquela situação dos Panama Papers? Adivinhem quem também tinha umas folhinhas com o seu nome...pois é, o nosso amigo Jackie teve, pelo menos, segundo o jornal britânico Telegraph, seis empresas offshore nas famosas Ilhas Caimão!

 

Suponho que quisesse evitar a Hora de Ponta nos bancos...

DeLorean

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