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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

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As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Baby Driver (2017): é bom viajar à velocidade da música

03.08.17 | Maria Juana

Sinopse: Baby (Ansel Elgort) é o melhor condutor para fugas de assaltos que Doc (Kevin Spacey) conhece. Confia na batida da sua música, e é ela que o guia. Mas quando conhece Debora (Lily James), a batida muda... e muda também a sua vontade de continuar a trabalhar para Doc. Só que o criminoso quer que ele faça um assalto que tem tudo para correr mal, e só a sua música o pode ajudar.

 

 

Se estão a pensar ir ver Baby Driver porque acham que é parecido com Need For Speed ou Velocidade Furiosa, não se deixem enganar pelo carro a alta velocidade – não tem nada a ver. Sim, temos fugas à polícia e muitos carros a patinar sobre o asfalto, mas as comparações acabam aí.

 

Para já, é um filme de Edgar Wright, e isso mostra-nos logo que não podia ser mais diferente. Significa que temos um pouco de comédia, um pouco de ação e fantasia q.b. todas misturadas para nos proporcionar bons momentos.

 

Desde que estreou que Baby Driver tem feito a delícia do público e da crítica, sobretudo porque é o primeiro filme de Wright depois de The World’s End, de 2013 (não estamos a contar com O Homem Formiga, que apesar de ter o seu cunho no argumento, não chegou a realizar). E é um regresso em cheio!

 

Logo a premissa parece absurda: um miúdo chamado Baby, que está sempre de fones e é um condutor exímio. É como se Wright estivesse a dar uma chapada de luva branca à juventude – lá porque estamos concentrados no nosso mundo, acham mesmo que não estamos atentos ao que temos à nossa volta?

 

Elza González e Jon Hamm são Darling e Buddy, e fazem parte da equipa de assaltantes de Doc.

 

Mas se há coisa que Wright faz bem é tornar algo absurdo num enredo que, de certa forma, até faz sentido. Baby tem os seus problemas, que vamos descobrindo aos poucos, com as pistas deixadas ao longo do filme para que hajam surpresas até ao fim. Baby também é um jovem como os outros, que se pode apaixonar e ter uma família que adora. Da mesma forma, até os criminosos com o coração mais duro podem ter uma história por detrás.

 

Só que Baby Driver é mais do que um enredo interessante; é um filme com uma montagem do caraças.

 

Wright é conhecido por ter uma edição e montagens muito rápidas, com mil coisas a acontecer no mesmo minuto, sem que percamos o fio à meada. Num filme em que o protagonista é um rapaz que conduz carros a alta velocidade, estão a imaginar que estas cenas não faltam. Mesmo as cenas de ação estão com uma precisão fantástica na forma como são filmadas, mostrando-nos detalhes e pormenores que nos deixam de boca aberta.

 

E o melhor melhor, e que todas estas cenas estão sincronizadas maravilhosamente com a música de Baby. A música é um dos protagonistas de Baby Driver; é ela que dá o ritmo a Baby, mas também à ação que estamos a ver. É incrível a forma como Wright conseguiu sincronizar cada estilo perfeitamente com a ação, com o diálogo dos atores, com os seus movimentos e trapézios.

Jamie Foxx é Bats, um crimonoso com muitas piadas.

 

Mais do que o trabalho de Wright, é um excelente trabalho da edição de som, que mexe com o volume, com o ritmo, com tudo o que podemos imaginar para que cada cena ganhe uma dimensão ainda maior.

 

Apesar de saber que Baby Driver estava a ser um sucesso, tinha receio de chegar ao cinema com as expectativas demasiado elevadas. Foi um medo desnecessário, porque é daqueles filmes que nos deixa a querer ainda mais; passamos ali duas horas, a usufruir de um belíssimo trabalho de cinema, e a rir e torcer por Baby.

 

Às voltas e voltas com uma banda sonora fantástica, viajamos por Baby Driver a uma velocidade estonteante, mas incrível. We’re all in, Baby.

 

****/2