As mulheres também podem ser super-heróis
O Cinema está repleto de heróis. Eles são Marvel, são DC Comics, são apenas fruto da imaginação de alguém, e chegam ao grande ecrã com um objetivo: salvar o mundo de qualquer ameaça.
Só que todos os super-heróis são homens. Feminista da minha parte? Não, apenas factual. Mas calma, não culpo ninguém: a maioria dos super-heróis que hoje vemos no cinema foram criados há décadas atrás, num mundo em que as mulheres pouco mais podiam fazer do que tratar da casa e da família. São super-heróis antigos, a quem deram uma roupagem moderna.
Felizmente, os tempos estão a mudar, e com eles, chega o primeiro filme cuja protagonista é uma das maiores heroínas da banda desenhada: Wonder Woman.
Algures na década de 40, ela é Diana, filha de amazonas e dotada de inteligência e força que ultrapassam as de muitos homens. Hoje, sem que os seus criadores o saibam, ela é um marco para a história da mulher no Cinema.
Os mais atentos vão dizer “Ahh e tal, mas há uns anos houve um filme da Elektra.” Pois houve, em 2005, protagonizado por uma jovem Jennifer Garner, depois de surgir pela primeira vez em Daredevil – O Homem Sem Medo (ou como gosto de chamar, a primeira vez que Ben Affleck quis ser um super-herói).
Mas Elektra, apesar das suas fantásticas aptidões ninja, não era uma super-heroína cuja missão era proteger os cidadãos da Terra. Wonder Woman sim.
Num momento em que o papel da mulher no cinema é discutido um pouco em todas as áreas (Jennifer Lawrence começou, e bem, uma discussão que mostrava a discrepância dos salários entre atores e atrizes), surge um papel tão poderoso quanto o de Super Homem, Batman ou Capitão América.
Ela é tão forte, tão poderosa e tão digna de adoração como qualquer um deles; ajuda quem precisa, é linda, sarcástica (bastar ler os comics para apreciar as suas respostas ao Batman, por exemplo), e tem um cabelo tão bonito quanto Thor. A única diferença é que tem dois proeminentes peitos.
As primeiras imagens deixaram-me de água na boca. É bom ver que uma personagem feminina está a ganhar a mesma importância e proeminência dos seus semelhantes masculinos - e de uma forma bem feita.
Ser mulher em Hollywood não é fácil. E pelo que se tem visto ultimamente (#OscarsSoWhite diz-vos alguma coisa?), quando juntamos um tom de pele mais escuro, a tarefa ainda fica mais complicada.
Tenho esperança que isso venha a mudar. Com a chegada de Wonder Woman e até de uma versão totalmente feminina de Caça-Fantasmas, as mulheres começam a ganhar o seu espaço.
E se salvam o dia de tanta família a toda a hora, porque não salvar o mundo?