Harry Potter e o dia do adeus
Há precisamente cinco anos, acordei com um misto de expectativa é tristeza: era o dia do adeus. Depois de anos e anos a esperar com ansiedade a estreia de cada capítulo, naquele dia estreava no cinema Harry Potter e os Talismãs da Morte - Parte II - o último filme da saga do coração.
Talvez deva avisar que não sou apenas fã de Harry Potter, daquelas que leu os livros e viu os filmes, e apenas gostou. Não, eu sou "uma daquelas fãs". Uma daquelas fãs que já leu os livros várias e várias vezes, que sabe as falas dos filmes de cor, que chama Queen a J.K. Rowling, e que, assim talvez, tem uma tatuagem feita em homenagem à sua criação. Hum, tatuagem?
Não, não sou apenas uma fã. Mas não estou sozinha, e comigo, naquele fatídico dia de 11 de Julho de 2011, acordaram milhões que sabiam que iam testemunhar a sua última estreia de um filme de Harry Potter.
A sessão era ao meio-dia. Fomos das primeiras a chegar a fila. A sala estava cheia, e bateram-se palmas quando surgiu o título no grande ecrã. E as lágrimas rolaram mais do que uma vez ao longo do filme.
Nesse dia, assisti duas vezes no cinema a Harry Potter e os Talismãs da Morte. No meu coração, acreditava que era, não o fim, mas o terminar de uma era em que sabíamos que todos os anos algo novo ia surgir.
Escusado será dizer que, como tantos outros, cresci com o Harry, o Ron e a Hermione. Testemunhei as suas aventuras e desventuras, as suas descobertas, e de certa forma foi com eles que passei algumas das importantes fases de crescimento. Eles estavam lá sempre, bem como aquele mágico mundo de Hogwarts, com os seus salões e salas de convívio, as aulas com penas a voar e os professores extravagantes.
Se a leitura sempre foi uma imersão noutro mundo, a saga Harry Potter foi assistir à vida dos meus amigos num mundo paralelo. Harry era um irmão por quem torcia, e as suas vitórias eram as minhas.
Já tanto se falou sobre os valores desta obra que não vale a pena debruçar-me sobre eles. Amor, amizade, lealdade... Podia dizer que muito do que aprendi sobre isto foi graças a Rowling, mas talvez outros possam dizê-lo melhor do que eu.
Mas mais do que tudo isto, o que me fazia acordar cheia de expectativa naquela manhã de 2011, era a certeza de que ia assistir a um filme do catano.
As adaptações dos livros de Harry Potter sempre foram felizes. Para os fãs, era sempre uma alegria saber que ia existir uma extensão da história, uma materializacao de tudo aquilo que líamos no papel. Era como se todos fossem reais.
É claro que houve momentos de indignação e alguma deceção. Mas como é que não puseram aquela personagem? Que raio de narrativa é esta? Isto nos livros não é assim!
Fui uma das que muitas vezes fez estas e outras questões e afirmações. Mas sabem que mais? Hoje revejo cada um dos filmes e vejo em todos eles um amor e carinho que raramente se vê nas adaptações para cinema. Não apenas porque existia (e existe!) uma legião de fãs para agradar, mas sim porque cada um dos envolvidos nos filmes tinha um pouco de si na produção e na história, e rapidamente quiseram fazer o melhor que conseguiam.
Cheguei à noite de dia 13 de julho de 2011 de lágrimas nos olhos. Era difícil deixar na memória de que nunca mais iria assistir a um filme com Harry no cinema.
Mas como Queen Rowling disse na estreia em Londres, “seja pelo livro ou no grande ecrã, Hogwarts vai estar sempre lá para vos dar as boas vindas a casa.” E todos sabemos o quão bom é estarmos em casa.
Nos entretantos, estamos em pulgas para a estreia de Monstros Fantástico e Onde Encontrá-los, já em novembro. Já faltou mais!