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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Os bebés tomam conta dos Óscares

26.02.16 | Maria Juana

É um título estranho, tendo em conta que falamos de uma festa onde são premiados profissionais com uma certa idade, e que tem tendência para se estender até largas horas da noite. E não, não tem nada a ver com os bebés mais falados de Hollywood.

 

Mas vai fazer sentido quando conhecerem o projeto Don’ Call Me The Oscar. O que é? Uma família que recria os principais nomeados com a ajuda… Dos seus filhos.

 

Acho que é fácil perceber que tenho um fraquinho por artistas criativos e talentosos que se inspiram no mundo cinematográfico para criar a sua Arte. Aliás, tendo em conta que há todo um novo separador neste blog apenas dedicado a estas obras de arte, nem o conseguiria negar.

 

Gosto de ver a maneira como outros olham o Cinema, de diferentes perspetivas; da mesma forma que eu escrevo sobre filmes, pessoas como a fotógrafa Maggie Storino pegam nas mais improváveis ideias para nos dar a conhecer a sua visão.

 

Storino tem a ajuda das suas três filhas pequenas, e de cenários feitos em casa. São recriados posteres ou cenas emblemáticas dos nomeados para Melhor Filme, e acho que não havia forma melhor de incentivar a criatividade das crianças, enquanto nos deliciamos.

 

Algumas das minhas fotos preferidas estão em baixo, mas convido-vos a espreitar a página original de Don’t Call Me The Oscar. Não se vão arrepender! 

 

The Revenant: O Renascido

 

Brooklyn

 

Mad Max: Estrada da Fúria

 

Perdido em Marte

 

O Caso Spotlight

 

Quarto

 

Impossível resistir, não é?

Drive In #8 - A Lógica da Batata

25.02.16 | Maria Juana

Já ouviram a expressão “lógica da batata”? Sabem o que significa? Uma lógica que não tem lógica mas, mesmo assim, é lógica. Confuso? Então deixem-me contar-vos uma história.

 

A batata, pensa-se, nasceu algures na América do Sul, ali perto dos Andes, há coisa de 2500 anos. A certa altura do campeonato da vida, os nativos viram-se invadidos pelos espanhóis. Como era um bocado difícil evitar os buracos de balas apenas com armas rudimentares, eles optaram pela via estratégica: dando-lhes batata para comer, um tubérculo venenoso. Mas os espanhóis lembraram-se de cozinhar a leguminosa e, ao fazê-lo, anularam o veneno e fizeram ali um banquete digno de reis. Claro que depois levaram a batata para casa, introduziram-na na Europa, e é por isso, amigos, que hoje andam a comer desde puré a frituur! Portanto, é isto: de veneno passou a alimento, quebrando a lógica inicial, tornando-se uma lógica sem lógica, e um provérbio famoso cá na tuga.

 

E vocês perguntam: o que raio tem isso a ver com o Drive In?

 

Esta semana, a nossa pequena rubrica vai ser fora do normal. Ao invés de explorar o lixo cinematográfico que todos adoramos, decidimos variar e - já que estamos em semana de Óscares -, falar-vos de um tesouro deprimente muito atual, que só pode ter sido inspirado por uma película nomeada para sete estatuetas, incluindo o de Melhor Argumento Adaptado e Melhor Filme: Perdido em Marte.

 

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Se viram o filme, sabem que o astronauta Mark Watney (Matt Damon, também nomeado para Melhor Ator) salvou a própria vida a plantar batatas em Marte. A NASA, no filme, achou que isso era tudo muito bem, mas que queriam era trazê-lo para casa, o resto era secundário; na vida real, a história é diferente... Então não é que a agência espacial americana quer mesmo ir lá plantar batatas!?

 

Em parceria com o CIP, Centro Internacional de la Papa (ou International Potato Centre - e sim, isto é uma coisa real), a ideia é chamar à atenção para as potencialidades da plantação de batata em sítios inóspitos, e apontá-la como solução para o fim da fome no mundo. 

 

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Aparentemente, o CIP (que tem sede no Peru) já anda a fazer experiências há anos, e descobriu que a batata é o Die Hard das leguminosas: teima em crescer em condições extremas, e continua tão nutritiva e cheia de vitamina C, ferro e zinco como se fosse plantada em solo super fértil e adubada com o estrume da vaca Mimosa. Por isso, e de entre os cerca de 4500 tipos de batata registados, o CIP selecionou 100 (40 delas nativas das cordilheiras dos Andes, provavelmente descendentes d’A Batata original), e vai estudá-las num deserto sul-americano, com condições do solo parecidas às do planeta vermelho.

 

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O objectivo final? Mark Watney diz no filme, “once you grow crops somewhere, you have officially colonized it”. Ou seja, se conseguirmos plantar batatas num planeta morto há 2 biliões de anos - ou, por outras palavras, a idade do Manoel de Oliveira -, vamos torná-lo na casa de férias dos terráqueos. Próximo passo: wi-fi.

 

E Netflix and chill no planeta vermelho.

 

In your face, Neil Armstrong!

DeLorean

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Mustang (2015), histórias de inocências perdidas e encontradas

23.02.16 | Maria Juana

Sinopse: Lale (Gunes Sensoy) e as suas quatro irmãs acabam o ano letivo numa inocente brincadeira na praia, com um grupo de rapazes. Mas na tradicional e conservadora cidade costeira na Turquia a que chamam casa, a brincadeira não é vista com bons olhos, e as cinco órfãs são fechadas em casa pela sua avó e tio, com quem vivem. E, com isso, são obrigadas a viver no seu próprio mundo, e lutar contra as suas novas obrigações.

 

Considero-me uma mulher liberal, mas também respeitadora de costumes. Ainda assim, custa-me acreditar que ainda existem pessoas que olham para brincadeiras inocentes como pecados carnais; custa-me crer que ainda existem locais em que crianças são privadas da sua inocência para respeitar supostos ideais de castidade. Mais do que isso, custa-me saber que as coisas pelas quais Lale e as irmãs passam são, na verdade, um retrato verdadeiro de algumas cidades neste mundo.

 

A história das cinco irmãs não é fácil, e a tragédia que se dá nas suas vidas faz-nos olhar para tudo isto com outra perspetiva. Contada na visão de Lale - a mais nova -, a história é, tal como o filme no todo, simples mas, ao mesmo tempo, muito poderosa .

 

E a verdade é que não precisa ser complexa, apenas verdadeira. Percebemos que no argumento e realização, a franco-turca Deniz Gamze Erguven (sendo esta a sua primeira longa metragem) deixou de lado planos muito pensados e linhas de pensamento muito difíceis de perceber por um simples motivo: quis mostrar como a Turquia é um país dividido entre a ocidentalidade (na sua liberal Istambul) e o conservadorismo que limita vidas como as das irmãs de Lale.

O filme ganha até mais forma por isso mesmo: é de tal forma cru que a sua mensagem nos toca de uma forma muito mais intensa. É sobretudo difícil para nós, mulheres, ver crianças a serem obrigadas a casar sem conhecerem a inocência da sua juventude. Dói no coração...E tudo porque uma vizinha achou que as suas brincadeiras na praia roçavam o burlesco.

 

Mas ao mesmo tempo que dói, também encanta ver como estas cinco irmãs são obrigadas a criar o seu próprio mundo para se manterem sãs e fiéis a si próprias. De espírito livre, mas vendo-se subitamente privadas da liberdade, não deixam que as grades que lhes colocam nas janelas diluam as suas personalidades tão vincadas – muito graças ao mérito das cinco jovens estreantes que encarnam os seus papéis.

 

Erguyen soube escolher os momentos e paralelismos certos para que a mensagem fosse apreendida sem duplas interpretações; não há dúvida de que a crítica social e o retrato da sociedade turca rural fazem parte das suas preocupações, e é isso que nos quer mostrar.

Mas passemos a ver Mustang também pela beleza das suas relações. Dando a devida importância à realidade que nos mostra (dura e digna de ser combatida), vamos também ver Mustang como a história de cinco irmãs que se amam, e que precisam de se unir para serem felizes. E aqueles momentos em que os seus sorrisos mostram que o são mesmo, são os que nos fazem questionar as provações porque passam.

 

Mustang está nomeado para Melhor Filme Estrangeiro nos Óscares deste ano, e, para mim, já levou isso e muito mais.

 

De 0 a A língua turca parece indecifrável, leva: Não percebo mesmo nada daquilo!

Deadpool (2016), e a ode à BD

22.02.16 | Maria Juana

Sinopse: Wade Wilson (Ryan Reynolds) é um antigo militar de forças especiais virado mercenário. Quando descobre que tem cancro em fase terminal, aceita um tratamento experimental que não só lhe daria poderes de super-herói, como o curaria. Mas o tratamento não corre como o esperado, e Wilson decide vingar-se daqueles que o desfiguraram e impediram de estar com a mulher que amava.

 

Deadpool não foi um parto fácil. Depois de ter aparecido em X-Men Origens: Wolverine, em 2009, já na pele de Reynolds, houve um interesse para criar um filme dedicado ao anti-herói da Marvel. Mas foram precisos vários anos para que fosse dada luz verde ao projeto, o que não aconteceu sem alguns impasses. A 20th Century Fox, ainda não totalmente convencida de que o filme teria sucesso, concedeu um pequeno orçamento para que o filme fosse produzido. Só depois de algumas cenas terem sido sorrateiramente divulgadas na internet é que perceberam que, vá, o público até era capaz de querer algo do género.

 

E o risco e perseverança dos produtores compensaram: diz a Wikipédia (querem melhor fonte do que esta?) que, em pouco dias, os valores de bilheteira já ultrapassam os 300 milhões de dólares – um valor mais do que positivo. E embora muito se deve às campanhas de marketing que entretanto foram feitas, ninguém pode negar as críticas favoráveis que não tardaram em aparecer.

 

E não é de espantar: o filme é mesmo bom. Mais do que uma ode à personagem da banda desenhada original (Reynolds foi o primeiro a dizer que esta versão seria muito mais próxima da BD do que a que vimos em Wolverine), Deadpool goza com tudo e todos: os clichés de Hollywood e dos seus super-heróis, os produtores que atrasaram o projeto, as conceções da sociedade… Não há nada que lhe escape.

 

Em grande parte, a mestria é da dupla de argumentistas que pegou numa personagem e criou um ambiente de humor, ação e muita estupidez à sua volta. Sem pontas soltas e sem parecer que estamos no meio de uma grande salganhada, andamos para frente e para trás no tempo sem perder rumo à história - e é uma coisa boa, porque não existem tempos mortos, e as menos de duas horas de filme passam a voar, sem que pensemos que existe uma quebra de acontecimentos.

 

E, mesmo assim, não nos sentimos cansados ou saturados. É claro que há momentos de violência gratuita, de clichés românticos ou humor fácil, mas não nos podemos esquecer que a personagem é mesmo assim, e foi necessário encontrar um equilíbrio (aqui bem conseguido) para que resultasse no grande ecrã.

 

É importante que o visual e a visão acompanhem este sem número de coisas a acontecer ao mesmo tempo, e acredito que Tim Miller tenha sido uma ótima escolha para realizador. Da mesma forma, Reynolds é que dá todo o carisma e personalidade a Deadpool, fazendo esquecer que, em tempos, vestia de verde e disparava setas por todo o lado. O humor, a ironia, e o latex vermelho assentam-lhe que nem uma luva, e custa-me pensar um ator que conseguisse vestir tão bem a pele de Wade Wilson.

 

No fundo, Deadpool é tudo aquilo que estávamos à espera: é a quebra com os super-heróis politicamente corretos, o humor carregado de ironia, a ação em que a morte não deve ser evitada, mas desejada; é o adeus a um paradigma de filmes que nos levaram a acreditar que todos aqueles que têm super-poderes são obrigados a salvar a Humanidade pelo seu altruísmo.

 

Com um background que roça o romântico, Deadpool faz-nos acreditar que ainda existe alguma criatividade no panorama cinematográfico. Sim, é baseado numa personagem de banda desenhada cuja personalidade já estava delineada, mas aceitar transpô-la para o grande ecrã quando o Capitão América e o Super-Homem é que marcam a atualidade, é de valor.

 

Deadpool não quer saber das consequências das suas acções. Ele faz o que quer, porque acha que é o que tem a fazer. Se uns quantos morrem com isso, who cares? Ele não, de certeza…

 

E quanto à sequela de que já falámos… Estou dividida. Há potencial e sumo para explorar, mas está tão bom que tenho receio que seja uma saga arruinada.

 

De 0 a Vou ver isto vezes sem conta, leva: Vou ver isto até me cansar… E vai demorar! (é ali umas quatro estrelas e meia…)

Quando o Cinema se alia ao Marketing, e a magia acontece

21.02.16 | Maria Juana

Depois do Cinema, foi na Comunicação que encontrei uma paixão. Em todas as suas formas, gosto de ver quando um simples anúncio mexe com todo o nosso ser, ou como uma campanha está tão bem pensada ao ponto de nos fazer pensar exatamente como a marca.

 

Há um filme ou outro que dá campanhas do género. Já aqui falei do caso d’O Regresso ao Futuro, que deu às marcas 20 anos para preparem uma campanha ou referência em que qualquer pessoa podia rever-se. Recentemente, também o marketing de Deadpool tem dado que falar, de tão genial que é.

 

Agora, chegou a vez de Batman V Super-Homem: O Despertar da Justiça fazer as honras da casa.

 

Numa campanha recente, a Turkish Airlines lançou dois novos destinos em anúncios durante a Super Bowl: Gotham City e Metropolis. Os destinos foram apresentados por ninguém menos que Bruce Wayne (ou Ben Affleck) e Lex Luthor (Jesse Eisenberg).

 

É como matar dois coelhos com uma só cajadada. E claro, deixa-nos muito bem dispostos!

 

Vejam os dois vídeos em baixo.

 

 

Drive In #7 - What A Girl Wants

18.02.16 | Maria Juana

Quando a vida corre menos bem, há quem vá para o ginásio queimar calorias e problemas; há quem mude de vida, e há quem decida comprar o stock de Milka do Pingo Doce e empaturrar-se em menos de duas horas. Já eu, tenho outro método: feel good movies.

 

É uma paixão antiga, e venha lá quem vier com as suas manias intelectuais, estes filmes a que ninguém presta atenção são os que acabam por mais nos marcar, por uma razão ou outra. Por isso, o Drive In desta semana é sobre outro dos meus favoritos deste género: What A Girl Wants.

 

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Amanda Bynes fez uma série destes filmes no início da década passada e são todos igualmente awesome (não se preocupem: eventualmente, todos eles acabarão por pisar o palco do Drive In!), mas este foi o primeiro que vi. É a típica premissa do peixe fora de água: Daphne Reynolds (Bynes) viveu toda a vida com a mãe, sabendo quem era o pai mas sem nunca o conhecer. Sabendo que nunca descansaria até isso acontecer, parte de Nova Iorque para Londres para realizar esse sonho.

 

Logo no ínicio da sua viagem conhece Ian, e a coisa é praticamente instantânea – ou não fosse o filme ter só uma hora e meia. Não a censuro: o rapaz é bem-parecido, canta bem, tem uma mota…e o que é isso se não a holy trinity dos bad boys que afinal são bons moços? Irresistível.

 

Mas o que à partida parece um filme meh de uma teenager americana que se apaixonou por um bife, acaba por ganhar qualidade com Colin Firth no papel de Lord Henry Dashwood, o aristocrata e político britânico, que acontece ser também o pai de Daphne.

 

Este filme foi pré-Bridget Jones, mas é uma boa antevisão do britânico neste tipo de papéis – embora qualquer romântico que se preze tenha como referência a sua atuação em Pride em Prejudice, a série da BBC de 1995 (Oh, Mr. Darcy…).

 

E apesar de vermos a qualidade a aumentar um bocadinho, What A Girl Wants tem tudo aquilo que é previsível e cliché e lamechas nestes filmes.O diálogo é bom? Não, mas é salvo pela expressividade de Amanda Bynes e pelo cenário fantástico que é Londres. Às vezes, aquela troca de olhares entre Daphne e Lord Dashwood é um bocado estranha? Pois, um bocadinho, mas só porque parece que, a qualquer momento, eles vão saltar para cima um do outro e fazer o amor apaixonadamente…é só mesmo por isso! Faz algum sentido, sabendo Daphne que o pai é aristocrata e inglês, não ter qualquer noção de que tem de ter, enfim, noção?

 

 

Em essência, este filme é basicamente uma abordagem ligeiramente diferente da Cinderela: há uma madrasta má e uma meia-irmã malvada, uma fada madrinha, alguns amigos que dão uma ajuda e, claro, o príncipe encantado. Claro que aqui a gata borralheira tem mãe e pai, e que o filme é baseado numa peça de teatro (The Reluctant Debutante, de William Douglas-Home), mas não deixa de ter a sua magia – especialmente tendo aquele toque a 2003, que me deixa sempre de sorriso na cara.

 

E depois de um dia mau, ver um filme completamente desprovido de alguma coisa que nos faça pensar, e nos faça apenas sentir bem…bom, não há nada igual. É exatamente What A Girl Wants.

 

Holy poo on toast!

DeLorean

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5 filmes para celebrar o amor todos os dias

16.02.16 | Maria Juana

Diz o meu mais-que-tudo que o Dia dos Namorados é todos os dias. Eu sei que ele o diz como desculpa para não ter de me comprar uma prenda, ou pagar o jantar num restaurante todo bonito como vemos nos filmes, mas a verdade é mesmo essa: todos os dias devem ser dias de celebrar o Amor. Assim, com letra maiúscula e em todas as suas formas: o amor pela família ou pelos amigos, o amor pelo cônjuge ou filhos. Qualquer um deles merece ser celebrado e lembrado, como as pessoas que nos rodeiam merecem saber aquilo que sentimos. 

 

Sou uma romântica incurável. Gosto de histórias de amor cheias de impossíveis, dramas e finais felizes no final; do rapaz que conhece a rapariga, e que percebe no momento que faz tudo para que ela seja feliz; de laivos de Nicholas Sparks, apenas ao de leve, sarampitados de lamechice qb, quiçá o suficiente para deixar cair uma lágrima. 

 

Mas também gosto dos filmes em que o Amor é algo mais do que carnal ou sentimental. É luta, carinho e o querer chegar mais longe; é um passo a passo, uma vitória diária daqueles que se amam e que são desafiados pela rotina a abandonar tudo e partir. 

 

Independentemente de qual é o nosso filme preferido, a verdade é que o Amor é o que nos move. O amor à vida, à família, à carreira... É a paixão que nos leva em frente, e nos faz enfrentar qualquer obstáculo sem medos. E é esse Amor que deve ser celebrado a cada dia. 

 

E porque o Cinema tem sempre a resposta para tudo,  não há nada como juntar aqueles que se ama num sofá dos grandes e celebrar com um destes filmes, seja em que dia for - afinal, todos os dias são Dia de São Valentim. 

 

Antes da Meia de Noite 

Impossível não começar este texto com uma das histórias de amor mais bonitas que o Cinema nos proporcionou. Podia ter começado por Antes do Amanhecer, o momento em que Celine e Jesse cruzam o olhar pela primeira vez, e percebem que querem passar uma noite, e apenas uma noite, a celebrar a atração que os une. Mas não: escolhi o último da trilogia, aquele em que constituíram família, e que deixaram os problemas rotineiros, qual vírus, corroer aos poucos a paixão que os juntou pela primeira vez. 

 

Mas escolhi também aquele que os faz parar e descobrir o que os levou a passar horas e horas a passear pelas ruas de Paris, sem se conhecerem ainda. Escolhi aquele em que duas pessoas casadas são obrigadas a olhar para dentro de si e descobrir se a pessoa com quem estão ainda faz sentido nas suas vidas. O Amor também é luta, mas temos de saber quando vale a pena lutar por ele. 

 

10 Coisas que odeio em ti

Não podia escrever um texto sobre filmes de amor sem escolher o inocente, o primeiro, e aquele que nos faz questionar se isto das borboletas no estômago é mesmo verdade. Vá, um filme de amor para adolescentes, mas também para aqueles que querem recordar um dos filmes de culto do final da década de 90.

 

10 Coisas que odeio em ti é tudo isso, não fosse ser sobre um rapaz apaixonado que tem de encontrar um namorado para a irmã da rapariga de quem gosta, porque é a única forma dessa mesma rapariga poder sair de casa. Confuso? Talvez, mas o filme é extremamente simples e tem uma premissa tão bonita quanto esta: quando menos esperamos, e por quem menos esperamos, as borboletas voam por aí...

 

P.S. I Love You

Sendo eu uma romântica incurável, não podia deixar de pôr aqui este filme. Além dos curtos (mas bons) momentos em que surge Gerard Butler, e a sua voz que narra todo o filme, é a película que me deixa vidrada no ecrã, e com a qual, inevitavelmente, vou deixar cair a lágrima. Todas as listas precisam de um assim, e esta não é exceção.

 

Pode parecer mórbido, mas P.S. I Love You é mesmo sobre um amor que ultrapassa a morte, e que  nos mostra como podemos amar tanto alguém que, quando partem, levam consigo uma parte de nós. Mais do que isso, é um filme que nos mostra que, por vezes, temos de aprender a estar sozinhos e a amar-nos; porque, pegando no slogan de uma conhecida marca, se não estivermos preparados para gostar de nós, nunca vamos conseguir que os outros nos amem plenamente.

 

Orgulho e Preconceito

 

Depois do contemporâneo, do adolescente e do lamechas, passamos para o clássico. Baseado num romance de Jane Austen, publicado pela primeira vez em 1813, Orgulho e Preconceito é um pouco o que todos procuramos no amor romântico: alguém que esteja disposto a lutar contra os seus próprios valores e ideias pré-concebidas, porque as viu abaladas por alguém que começou a amar.

 

Orgulho e Preconceito é a história que nos mostra que não escolhemos por quem nos apaixonamos. E mesmo que seja por alguém que vai contra tudo aquilo em que acreditamos, há momentos em que temos de questionar se os nossos preconceitos, ou o nosso orgulho, merecem ser mais defendidos do que a paixão.

 

Up - Altamente

 O quê,  um filme de animação? Amigos, quem não verte uma lágrima ao ver aquele segmento inicial de Up – Altamente, não é humano! Sendo supostamente um filme para crianças, é incrível como tem uma mensagem tão forte: o Amor vai mesmo além da morte. Mas mais do que isso, é o Amor que nos move, é o Amor que nos faz andar para a frente e descobrir novos mundos. Mas a família também é importante, os laços familiares e saber com quem podemos contar. De uma forma tão simples e bonita, encontramos uma mensagem poderosa e cheia de amizade. Porque a amizade é das formas mais bonitas de amar.

 

Cinco filmes é um número tão redutor... Que ficam aqui mais dois como extra:

 

Wall.E: outro de animação, mas que me arrebata o coração. A relação de amizade entre dois robôs, mas também o seu amor pela Terra e pelo seu bem-estar. Acima de tudo, belo.

 

O Diário da Nossa Paixão: eu tinha de pôr um filme de Nicholas Sparks! Mas deem um desconto: Ryan Gosling e Rachel McAdams enchem as medidas de um casal que ultrapassa as adversidades, e consegue viver uma vida feliz em conjunto, no amor e na tristeza, na saúde e na doença. NO REGRETS!

Os britânicos escolheram, e O Renascido ganhou

15.02.16 | Maria Juana

Foi ontem, domingo, que a academia de cinema britânica distribuiu os prémios àqueles que se destacaram no grande ecrã em 2016. Entre atores, realizadores, técnicos e argumentistas, estes foram os melhores.

 

Para muitos, os BAFTA são os prémios que mais prevêem os resultados dos Óscares; para outros, vêm baralhar ainda mais as contas, tendo em conta os resultados das cerimónias que aconteceram até agora.

 

Independentemente de tudo isso, uma coisa é certa: Leonardo DiCaprio vai na frente da corrida!

 

Parece que esta é a questão de maior relevância na temporada de prémios de 2016: será que DiCaprio vai finalmente vencer o Óscar? Vamos esquecer o Melhor Filme, Atriz ou Argumento: ele vai ser a estrela do ano!

 

E para os júris britânicos foi mesmo - juntamente com Alejandro González Iñárritu, que foi considerado o melhor realizador do ano. Quanto a The Revenant – O Renascido, e fechando o círculo da melhor forma, calhou o prémio de Melhor Filme.

 

As restantes categorias foram bastante previsíveis: temos Kate Winslet como Melhor Atriz Secundária, Brie Larson e a sua performance em Quarto como Melhor Atriz e Melhor Argumento Adaptado para A Queda de Wall Street (podem encontrar os principais vencedores na lista abaixo).

 

Agora, Brooklyn como Melhor Filme Britânico? Não, principalmente quando está a concorrer com A Rapariga Dinamarquesa ou Ex-Machina. Brooklyn, como tive oportunidade de dizer aqui, é um filme bonito e coerente, apenas.

 

Este ano, tudo parece muito previsível. Será bom ou nem por isso? Na minha humilde opinião, apenas significa que temos tantos exemplares de bom cinema, que inevitavelmente os excecionais se destacam.

 

Fiquem com os principais vencedores da noite. Os restantes, podem encontrar aqui.

 

Melhor Filme:

The Revenant – O Renascido

A Ponte de Espiões

Carol

A Queda de Wall Street

O Caso Spotlight

 

Melhor Filme Britânico

Brooklyn

A Rapariga Dinamarquesa

The Lobster

45 Anos

Amy

Ex Machina

 

Melhor Filme de Animação

Divertida-Mente

Mínimos

A Ovelha Choné

 

Melhor Realizador

Alejandro González Iñárritu, por The Revenant – O Renascido

Adam McKay, A Queda de Wall Street

Steven Spielberg, Ponte de Espiões

Ridley Scott, Perdido em Marte

Todd Haynes, Carol

 

Melhor Ator

Leonardo DiCaprio, The Revenant – O Renascido

Matt Damon, Perdido em Marte

Michael Fassbender, Steve Jobs

Bryan Cranston, Trumbo

Eddie Redmayne, A Rapariga Dinamarquesa

 

Melhor Atriz

Brie Larson, Quarto

Alicia Vikander, A Rapariga Dinamarquesa

Saoirse Ronan, Brooklyn

Maggie Smith, The Lady in the Van

Cate Blanchett, Carol

 

Melhor Ator Secundário

Mark Rylance, A Ponte dos Espiões

Christian Bale, A Queda de Wall Street

Mark Ruffalo, O Caso Spotlight

Idris Belda, Beasts of no Nation

Benicio del Toro, Sicario – Infiltrado

 

Melhor Atriz Secundária

Kate Winslet, Steve Jobs

Julie Walters, Brooklyn

Roone Mara, Carol

Jennifer Jason Leigh, Os Oito Odiados

Alicia Vikander, Ex Machina

 

Melhor Argumento Original

O Caso Spotlight

Os Oito Odiados

Ex Machina

Divertida-Mente

A Ponte de Espiões

 

Melhor Argumento Adaptado

A Queda de Wall Street

Brooklyn

Quarto

Steve Jobs

Carol

 

Melhor Fotografia

The Revenant – O Renascido

 

Melhor Banda Sonora Original

Os Oito Odiados

Deadpool estreou agora... E já tem sequela confirmada

12.02.16 | Maria Juana

A poeira ainda nem assentou, mas a notícia tem corrido a internet nos últimos dias: a sequela de Deadpool está confirmada, e os estúdios já estão a trabalhar nela!

 

O que é que isto significa? Que mesmo ainda sem resultados de bilheteira, a 20th Century Fox tem tanta fé que seja um sucesso, que pediu aos argumentistas Rhett Reese e Paul Wernick para começarem a escrever o próximo argumento.

 

 

Por norma, as sequelas só são confirmadas quando os resultados em bilheteira são tão bons que os estúdios podem correr o risco de produzir mais um filme com as mesmas personagens. Mas Deadpool só estreou esta quinta-feira... Será assim tão seguro?

 

A Coming Soon diz que a 20th Century Fox espera receitas na volta dos 65 milhões de dólares no fim de semana de abertura. E eu digo que é bem capaz de conseguir.

 

Deadpool é o super-herói que todos queremos ver. No meio de tantos heróis, collants e fatos de látex, o Deadpool é a lufada de ar fresco que Hollywood (e as nossas salas de cinema) têm vindo a precisar. Nos últimos meses temos sido bombardeados com pósteres, vídeos, páginas e pequenos extras que nos fazem ter a certeza que não queremos perder este filme.

 

É a diferença de que todos estávamos à espera. O anti-herói que não tem papas na língua, e que não precisa de ser politicamente correto para salvar o mundo... E os seus interesses.

 

A febre das sequelas é que me assusta. Deadpool tem tudo para ser um filme que nos vai fazer bradar aos céus de tão bom...  Mesmo assim, não parece ser suficientemente bom para que seja novamente esmifrado, e quiçá arruinado com um follow up forçado e que não faz sentido.

 

No próximo post é possível que venha dar a minha opinião formal sobre o filme, a que entretanto vou assistir no cinema. E talvez aí ache que vale a pena uma sequela.

 

Até lá, fico-me pelo: mas havia mesmo necessidade? *ler com sotaque de Herman José na pele de Diácono Remédios*

 

Drive In #6 - Batman & Robin

11.02.16 | Maria Juana

Em semana de Carnaval e de Dia dos Namorados, aqui no Drive In decidimos escolher um filme que juntasse o melhor dos dois mundos. Pensámos: o que é que une fatiotas giras, algum romance e uma boa dose de aventura e ação...mas que seja fantasticamente terrível? A resposta foi simples: Batman e Robin.

 

A primeira grande saga Batman começou em 1989, pela mão de Tim Burton, com Michael Keaton no papel principal, e Jack Nicholson como Joker. Batman Returns seguiu-se, ainda com o toque do realizador mais excêntrico de Hollywood. Ambos os filmes têm uma cotação decente no IMDB e os fãs do morcegão disseram bastante bem da adaptação de Burton.


Mas, em 1995, Joel Schumacher entra em cena e vem estragar todo o trabalho do colega com Batman Forever (Val Kilmer como Bruce Wayne, Jim Carey como Riddler e Tommy Lee Jones como Two Face….eu sei, eu sei...) e, em 1997, o filme em foco no Drive In: Batman e Robin.

 

George Clooney foi a escolha para Batman, e eu desconfio que ele só aceitou o papel porque, depois de E.R, a coisa não andava famosa em termos de trabalho. Chris O’Donnel, a atual estrela de NCIS Los Angeles, ficou com o papel de Robin: com 20 anos, nem deve ter pensado duas vezes quando ouviu “collants vermelhos”. Já o vilão Freeze ficou para o robô mais famoso da história, Arnold Schwarzenegger. Porquê? Pois, é essa a questão que fazemos constantemente ao longo do filme.

 

Nos primeiros 5 minutos percebe-se imediatamente que não só vão ser duas horas de uma amálgama de maus efeitos especiais e acrobacias mais fake que a cara da Betty Grafstein, como também não vamos retirar nada dos diálogos pobrezinhos e a transbordar de clichés. Aliás, o mordomo Alfred (Michael Gough), assim que vê o patrão partir para mais uma luta, faz a maior e melhor cara de dó que já vi no cinema, e que resume o filme na perfeição. Contemplem.

 

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Portanto, lá sai o Batman em missão, mas não porque viu o bat signal no céu...nada disso, que coisa arcaica! Como é que não se lembram que, em 1997, a tecnologia era de ponta? É claro que o nosso homem-morcego recebe uma vídeo-chamada do chefe da polícia!

 

Estes fails são constantes ao longo de um plot confuso e sem qualquer qualidade, uma edição horrível e demasiado rápida, uns cenários roubados da peça de natal da Escola Básica do Laranjeiro e uma atmosfera que não capta, de maneira nenhuma, o espírito de um dos super heróis mais adorados. E nem sequer a Poison Ivy (Uma Thurman) e a Bat Girl (Alicia Silverstone), ajudam a quebrar o ritmo daquelas galinhas tontas e adicionam o elemento de love interest.

 

É tudo tão exagerado, tão cliché, tão MAU….que é estranhamente satisfatório. Claro, é impossível comparar esta dolorosa experiência cinematográfica com as de Burton ou, mais recentemente, Christopher Nolan - mas a verdade é que, olhando para trás, este é dos filmes que mais me ficaram na memória, e que revi vezes sem conta na TV.

 

Só que não há como negar, é péssimo. Aliás, só há duas palavras que descrevem esta maravilha na perfeição: vergonha alheia.

 

This is why Superman works alone,

DeLorean

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