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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Os bons também partem

14.01.16 | Maria Juana

Todos partimos. Mais tarde ou mais cedo, há um momento em que o coração deixa de bater. No último sopro, a alma passa e deixa-se levar para um mundo melhor.

 

Acredito em estrelas. Estrelas que passam a brilhar quando deram o seu melhor em vida. Estrelas que nos iluminam, que inspiram e nos fazem acreditar que todos podemos fazer coisas boas no mundo.

 

 

Quando descobri que Alan Rickman tinha morrido, aos 69 anos de idade, fiquei de tal modo chocada que não conseguia pensar em mais nada. Não haveria mais filmes. Não haveria mais a sua voz grave e profunda. Não haveria mais as suas inspiradas interpretações. A sua alma era uma estrela.

 

Não, nunca o conheci. Penso que tenha sido até a primeira celebridade cujo desaparecimento me deixou de tal forma abalada. Porquê? Talvez porque tenha crescido com a sua voz.

 

Não sou da geração de Die Hard, nem tão pouco de alguns dos seus maiores êxitos. Só mais tarde me dei conta do seu talento e versatilidade, mas cresci com a voz misteriosa de Severus Snape. Redutor para a sua carreira? Sim, mas também um testemunho de como nos podemos apegar às figuras e personagens que nos preenchem.

 

O que me mostra o porquê de gostar tanto de Cinema: quando bem feito (e este senhor fazia-o como ninguém), transcende a tela e chega às nossas vidas. As boas personagens passam a fazer parte do nosso circulo de amigos e família, e vê-las desaparecer é levar um pedaço de nós com elas; o pedaço que achava que eram reais.

 

Rickman deu um pouco da sua alma a Snape, e como ele acredito que poucos o tivessem conseguido. Vê-lo a tornar-se estrela é levar com ele essa voz e presença, essa alma e entrega. E custa percebê-lo.

 

Resta-nos as suas personagens.

 

“- After all this time?

- Always.”

 

Até sempre.

Drive In #2 - Dragon Ball: Evolution

14.01.16 | Maria Juana

A infância de grande parte dos portugueses que nasceram na década de 90 foi passada sem perder o próximo episódio (“porque nós também não!”) de Dragonball. Uma série icónica por todo o mundo, acabou por ser ainda maior para nós por ter a grande parte dos diálogos inventados - e muitas vezes improvisados -, cheios de referências culturais da altura (nomeadamente ao João Baião e ao Big Show Sic, ou ao Jorge Gabriel e ao Ai Os Homens). Ainda hoje recordamos com nostalgia aquelas figuras que implorámos à nossa mãe para comprar na loja dos 300.

Foi essa nostalgia que me levou a querer falar-vos sobre o subject #2 desta rubrica: Dragoball Evolution. Nesta aventura, à semelhança do manga e anime, Goku tem de encontrar todas as bolas de cristal para banir Piccolo da terra (outra vez).

Quando carregamos play, a coisa até parece ter alguma qualidade: é-nos contada a história até aquele momento, com recurso a uns efeitos especiais engraçados - que até me fizeram lembrar a intro espetacular do The Girl With The Dragon Tattoo. Mesmo sem querermos, as expectativas aumentam.


1 minuto e meio depois percebemos o quanto estávamos enganados.


A partir daí, é sempre a piorar, com os clichés do costume: a miúda jeitosa super out of his league (Chi Chi) e o respetivo namorado, que é o bully oficial do liceu; ou o facto de Goku não usar os seus poderes para o mal, só em legítima defesa - muito a la Karate Kid.

E porque todo o super herói tem sempre alguma ajuda, aparecem Bulma, Roshi e até Yamcha, para se juntar à trupe. E assim que isso acontece, começa a verdadeira ação, com direito a vulcões, lava e uma criatura enviada por Piccolo! Wow!

É aqui que surge a minha parte favorita: Goku decide desmembrar o inimigo e fazer uma ponte de partes de corpo para atravessar a lava. Um MacGyver autêntico, este rapaz.

Por falar em MacGyver, herói americano, já referi que o filme parece passado no Hawaii? Até Roshi usa uma camisa havaiana durante todos os 85 minutos de tortura que é este filme.

Dragonball Evolution é péssimo, com diálogos terríveis, interpretações que causam vergonha alheia no espectador, pausas do tamanho de uma baleia assassina, efeitos especiais estilo Godzilla - sim, o original...-, e ainda nos brinda, depois dos créditos, com o easteregg mais ridículo de sempre.

Mas vale a pena a ver? Claro que sim! A série que adorávamos tinha mais momentos ridículos do que coisas que fizessem sentido (para um lembrete, ver aqui) - e essa era uma das razões porque nos levantávamos cedo ao domingo para a ver.


Em todo o seu terrível esplendor, este filme é uma ode à infância!

 

Deixem-me rir agora que amanhã posso ter cieiro,
DeLorean

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