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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Confissões de uma apaixonada

30.10.14 | Maria Juana
Este é, possivelmente, o meu terceiro ou quarto blog, fora algumas colaborações esporádicas em sítios de outrem. Confesso que me sinto entusiasmada ao início, a querer partilhar estas minhas confissões, mas mais cedo ou mais tarde os escritos começam a tornar-se demasiado pessoais para serem partilhados - e acabo sempre por sentir o peso da responsabilidade de me obrigar a manter o sítio minimamente atualizado.

 Pensei na ideia para este sítio quando um blog de cinema procurava ajuda para criar uma nova rubrica. Achei que muitas das minhas histórias seriam sobre cinema, e se há coisa de que eu gosto é de contar histórias sobre as minhas paixões. Mas a ideia evoluiu, e hoje aqui estou.

 A ideia de me envolver num outro espaço deixou-me dividida. Eu conheço-me: sei que vou estar super entusiasmada no início, e que, depois de um dia inteiro em frente ao computador a escrever, seria muito complicado ter as forças para o fazer também no meu tempo livre. E sendo novamente honesta, depois desse ciclo de decadência, vem sempre o momento em que olho para o meu pequeno diário, cheio de entradas regulares sobre tudo e nada, e vem-me aquela saudade de escrever em teclas para o Outro ver - Outro: aqueles que não sei se leem ou não este espaço.

 Enchi-me de forças e peguei no rato para começar a montar a casa. Quis voltar a escrever sobre uma das minhas paixões; tinha saudades, muitas saudades! Mas escrever com amor, vindo diretamente do coração. Porque a verdade é essa: o cinema toca-me no coração. Pode até ser um daqueles filmes completamente lamechas e sem ponta por onde se lhe pegue, mas basta chegar cá dentro para merecer a minha atenção. E histórias não me faltam...

 Acredito que, eventualmente, o cinema não será a única base das possíveis entradas que vou escrevendo. Mas prometo, a ti, Outro que por aí andas, que vou tentar. 

Uma parte mais que certa

30.10.14 | Maria Juana
Existem questões, muito queridas ao meu coração, em que imparcialidade não é comigo. Admito: não sou imparcial quando os meus gostos são o foco de atenção. Não, não me torno selvagem em discussões acesas sobre se o Android é melhor do que iOS, mas a minha argumentação em certos tópicos de discussão roça a idiotice. Apenas é. Juro que já tentei parar, mas não consigo.
 

Com o David Fincher acontece muito isso. Se me apresentarem um videoclipe manhoso realizado por ele (e deve haver; quer dizer, ele realizou vídeos dos Aerosmith!), eu vou gostar, e vou dizer que é ótimo! São coisas da vida. É como gostar do trabalho do Tom Hanks, mesmo que a maioria me diga que a vida não é, de todo, como uma caixa de chocolates (se bem que eu gostava que fosse. Sou gulosa). 

 

Talvez seja porque ele realizou um dos meus filmes preferidos de todos os tempos (para os que não sabem, Fight Club). Ou pura e simplesmente é porque ele é muita bom. E digo-o com toda a imparcialidade deste mundo!

 

Cheguei cerca de cinco minutos atrasada à sessão do Gone Girl, que fui ver com as expetativas demasiado elevadas. Quando cheguei, o Ben Affleck já estava a engatar a Rosamund Pike, com o seu estilo american boy encantador.
Pareceu-me um bom presságio, não me perguntei porquê. Quando cheguei ao intervalo (que se tivesse sido posto cinco minutos mais cedo parecia que tinha sido pensado pelo Fincher himself), já não tinha palavras para aquilo que estava a ver.
 
Dizer que gostei não chega nem perto. Dizer que amei é apenas pouco. Digamos que fiquei apenas rendida, para não estar a entrar em exageros mais complicados. 
 
E se há coisa que eu gosto neste mundo, é quando saio da sala de cinema e me permito pensar "Fodasse, esta merda é mesmo boa!" (eu digo muitas asneiras. Desculpem qualquer coisa). 
 
E, caros leitores, é mesmo.

Acto I - Cena I

30.10.14 | Maria Juana
Há muito que deixei de comer pipocas no cinema, o que pode ter origem em duas razões: ou estou cada vez mais imersa na tela e naquilo que ela mostra, ou o preço das pipocas tem crescido demasiado. É, inevitavelmente, um pouco das duas.

 E o que é que isso tem de interessante? Bem, nada, eu sei; não sou a única a não comer pipocas, muito menos a única sem dinheiro para as comprar. E perguntam-se se pretendo escrever todo um texto sobre a minha falta de dinheiro... Na verdade, não, mas só porque para isso temos os telejornais.

 Ir ao cinema e não comer pipocas pode dar aso a tantas aventuras como ir ao cinema e tentar equilibrar dois pacotes numa só mão, enquanto a outra leva o copo de Coca-Cola; pode, até, ser tudo aquilo que precisamos para passar toda uma hora a pensar como é que alguém consegue conceber comer de boca aberta quando todos os outros tentam (ou melhor, deviam tentar) ouvir o filme que está a dar naquele ecrã gigante à nossa frente.

 Sejamos francos: o cinema em si dá-nos as melhores aventuras que podemos desejar! Já aconteceu ter de levar com o ressonar de um espetador mais ensonado, ficar com pesadelos devido a cenas de sexo entre pessoas e automóveis (sim, com o automóvel, não dentro dele), ou ter de levar com meninas aparentemente entendidas que a meio do filme gostam de dizer alto e bom som que a Katniss devia ficar com o Gale porque é muito mais giro do que o Peeta. Meninas, há coisas incontestáveis na vida: o amor de mãe é eterno, não sobrevivemos sem oxigénio, e a Katniss ter de ficar com o Peeta, e apenas com o Peeta, são algumas delas.

 Por que é que não comer pipocas não pode ser uma aventura tão válida quanto essa?

 Gosto de falar sobre as minhas aventuras no Cinema, em casa ou em qualquer outro local em que esta arte me presenteia com as suas maravilhas. Gosto de falar, cheia de amor, de escárnio e definitivamente de maldizer. Gosto até de relatar aqueles momentos em que miúdas irritantes quase que me falam ao ouvido na sala de cinema, ou quando o David O. Russell não me põe a dormir porque decidiu colocar a Jennifer Lawrence no filme (e é impossível dormir quando ela está no ecrã), bem como um Bradley Cooper com caracóis. Entre isso e o capachinho do Christian Bale, acho que temos já pano para mangas.

 Eu posso ter ido ao cinema e não ter comido pipocas, seja por que motivo for, mas, definitivamente, saí de lá com uma história para contar. Qualquer dia, escrevo um argumento e passo ao Michael Bay para realizar. Desde que tenha umas explosões, ele com certeza há-de conseguir fazer alguma coisa dele. Até lá, vou escrevendo umas parvoíces.