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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

16 anos de Harry Potter e a Pedra Filosofal, 16 anos de magia

14.11.17 | Maria Juana

Corria o mês de novembro de 2001 quando as salas de cinema foram invadidas pelo pequeno Harry Potter. Orfão, vivendo atormentado por uns tios maldosos, o seu mundo virou de pernas para o ar quando descobriu que tinha sido aceite na melhor escola de feitiçaria do mundo. E a nossa vida também mudou com ele.

 

Já disse por aqui que sou uma fã confessa de Harry Potter. Cresci com os seus livros, depois com os seus filmes, e adotei como meu aquele mundo mágico criado por um génio chamado J.K. Rowling. Nele encontrei os valores da amizade e lealdade, o poder do amor e da família, e encontrei um refúgio para os dias menos bons. Ali, entre o livro e a minha imaginação, era um espaço só meu.

 

Lembro-me perfeitamente da primeira vez que vi o filme Harry Potter e a Pedra Filosofal. As personagens e a história já não eram segredo para mim, porque já tinha devorado os livros. Os meus pais ofereceram-me a VHS no Dia Mundial da Criança, quando saiu, e assim que a vi os olhos brilharam.

 

 Emma Watson, Rupert Grint e Daniel Radcliffe foram escolhidos entre centenas de crianças para interpretar o trio de protagonistas, Hermione, Ron e Harry. 

 

A sensação de ver com os meus próprios olhos, e não com a imaginação, aquele mundo que tantas vezes tinha idealizado não tem explicação. Foi como se ver pela primeira vez um grande amigo com quem apenas tinha trocado cartas. Foi como encontrar pela primeira vez um sítio que tantas vezes tinha apenas visto em fotografia.

 

Foi como magia. O Harry, Ron e Hermione existiam, e existia Hogwarts, e os feitiços e criaturas fantásticas. O Hagrid existia, tão grande como o tinha imaginado, e os professores eram tão astutos e importantes como pensava. E o calor estava lá.

 

É uma das minhas coisas preferidas neste filme: o ambiente quente e mágico que consegue ter.

 

É difícil conseguir adaptar para cinema a atmosfera de um livro, que às vezes é tão importante quanto as personagens. Uma atmosfera, um cenário, podem mudar completamente a forma como o filme é visto. Mas Chris Columbus, que foi o responsável pela realização deste Pedra Filosofal, fê-lo com uma facilidade incrível.

 

Columbus elevou a fasquia. De uma maneira muito própria, ele consegiu que este filme transpirasse aquele efeito que conseguiamos sentir dos livros. Sentimos a magia no ar, e um calor no coração que é complicado de explicar.

 

Principalmente porque esta é a introdução a este universo, não só nossa, mas de Harry. Para Harry é tudo novo, e é incrível como sentimos essa sensação de diferença de atmosfera entre o antes e o depois, o frio da sua vida com os Dursleys, e o calor que encontra em Hogwarts.

 

Chris Columbus e a sua equipa escolheram os cenários que tantos associamos a este mundo.  

 

O que Columbus fez foi tornar este um filme muito especial. Para os fãs, tinha exatamente aquela inocência que uma criança de 11 anos espera encontrar. São as coisas mais mágicas que nos prendem o olhar, como os retratos que mexem ou as escadas que andam sozinhas. Num só filme, Columbus conseguiu captar essa infância e aventura de descobrir algo novo.

 

Harry Potter e a Pedra Filosofal é muito mais do que o primeiro de uma saga de milhões: é também uma das melhores adaptações de livros para cinema que já vi. Veio introduzir uma saga que consegue captar a essência da mensagem, mesmo nos momentos em que deixam de fora algo considerado necessário ou indispensável.

 

Que é o melhor que podemos pedir quando os filmes do nosso coração chegam ao Cinema.

 

O que aconteceu há 16 anos foi que Chris Columbus e a sua equipa extraordinária conseguiram mostrar ao mundo a magia que alguns já conheciam dos livros. De uma forma singela e subtil, plantaram a semente da imaginação nos nossos corações, como Rowling tinha feito antes.

 

No início deste ano tive a oportunidade de visitar os estúdios da Warner Bros em Londres. Neles, existe uma visita guiada que nos leva pelo mundo das filmagens dos oito filmes de Harry Potter, desde os figurinos à tecnologia utilizada.

 

Ver o esforço desta equipa e a forma como a magia acontece foi de cortar a respiração. E não falo apenas  da sensação de fangirl de ter pisado o chão do Great Hall. Falo antes da perceção de como é que um filme destes é feito, de ver os objetos e perceber como é que, tudo junto, nos traz verdadeiras obra de arte.

 

 

Porque aquilo que Columbus nos trouxe há 16 anos foi isso mesmo: arte sobre a forma de magia. Cheia de inocência e infantilidade, mas arte.

 

Ao longo dos anos, outros realizadores conseguiram transmitir uma visão igualmente precisa de cada um dos livros e da sua história. Conseguiram perceber o caminho das personagens, e transmitir para as suas atmosferas essas fases (com kudos para Alfonso Cuáron, um dos meus prediletos dos oito filmes).

 

Mas Harry Potter e a Pedra Filosofal foi o primeiro. Não há amor como o primeiro, nem há filme como ele. Será sempre aquele que nos prende o olhar, e nos faz acreditar num mundo melhor, onde o amor e a amizade falam mais alto do que o poder.

 

Num mundo mágico.