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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

10 filmes que fazem 20 anos em 2020

17.01.20 | Maria Juana

Lembram-se onde estavam há 20 anos atrás? Parece tão longínquo, não é? Uma parte de mim ainda acreditar que os anos 90 foram há 10 anos, mas a verdade é que a entrada em 2020 marca os primeiros 20 anos do século XXI. E com isso, nada como celebrar o cinema que fazia as maravilhas da entrada do milénio. 

Como sempre, 2000 foi um ano de grandes filmes e outras assim-assim. Houve comédias, ações, dramas e até super-heróis, que nos ajudaram a chorar, rir, deitar as mãos à cabeça ou simplesmente aceitar que o mundo é um lugar muito estranho. 

Há 20 anos ainda não tinha idade suficiente para ver nenhum destes filmes no cinema - acho que não tinha idade para ver nenhum destes filmes, ponto. Qualquer um dia só vi anos mais tarde, alguns quando intelectualmente preparada para perceber que há cinema para todos e os fimes não precisam respeitar um género ou tipo. 

Preparados para viajar até 2020? 

 

Snatch - Porcos e Diamantes

Tinha de começar por Snatch porque, desta insana lista de 10 filmes com o seu momento de espetacularidade, este é aquele que eu continuo a ficar de boca aberta sempre que o vejo. Realizado e escrito por Guy Ritchie, Snatch é carregado de violência, planos acelerados, zoom ins e zoom outs a velocidades estonteantes e interpretações com sotaques estranhos. A história de gangster, promotores de campeonatos de boxe, mafiosos e ladrões que andam à procura de um diamante perdido toma proporções britânicas que não conseguimos nunca bem compreeder o  que está a acontecer à nossa frente. Não envelhece e 20 anos depois continua a ser a maravilha que era em 2000. 

Almost Famous

Almost Famous é inevitavelmente aquele filme que vemos quando o mundo da música começa a tornar-se uma paixão para qualquer um de nós. Em 2000 ainda não tinha lá chegado, mas chegada a adolescência foi uma revelação ter este filme à minha frente. Sobretudo quando o mundo das letras começava a tornar-se uma possibilidade, a história de William Miller era um sonho: ainda na escola, ele tem a oportunidade de acompanhar uma banda em ascenção em tour e de escrever uma peça para a famosa revista Rolling Stone. E ele encontra um mundo tão diferente  e tão esclarecedor ao mesmo tempo que há uma certa revelação - os sonhos nem sempre são aquilo que pensamos. Hoje, trabalhadora e com os sonhos trocados, é incrível a sua aplicabilidade…

 

X-Men

Lembra-se de um tempo em que as salas de cinema não estavam repletas de filmes de super-heróis? Pode não ser assim há tanto tempo, até porque o primeiro filme de X-Men, aquele mesmo primeiro, estreou há 20 anos. Com Patrick Stewart, Ian McKellen, Halle Berry, Famke Janssen e, pela primeira vez no papel de Wolverine, Hugh Jackman, esta foi aquela introdução ao mundo dos mutantes que lutam entre si, entre aqueles que querem a paz e os que querem sobrepor-se aos humanos. 20 anos depois já tivemos tantas voltas no tempo, entre X-Men antigos e novos, que já nem sei o que pensar - mas este nao há um novo, OK? 

 

Miss Detetive

 

A primeira comédia desta lista tinha obrigatoriamente de ser protagonizada por Sandra Bullock, a namoradinha dos EUA e a beleza das comédias do início do século. E este Miss Detetive é a sua grande conquista, se me permitem dizer. Possivelmente aquele que vi mais cedo desta lista, é  também um dos meus maiores guilty pleasures, ao ponto de parar totalmente quando começa a dar na TV. Não é nada de especial, tem todos os clichés do mundo da comédia e ainda assim, seja pelo charme de Bullock ou a história da Gata Borralheira que vira Cinderela, não há como não adorar este Miss Detetive e as suas sequelas. 

 

Requiem for a Dream

Passamos da comédia mais pura de sempre, para um dos maiores mindfuck do mundo do Cinema. Há 20 anos, o mundo cinematográfico ficou um pouco mais estranho quando Darren Aronofsky nos presenteou com aquele  que foi a introdução ao mundo dos seus filmes estranhos - não há como esquecer Mãe ou Cisne Negro. Em Requiem for a Dream, há sonhos, há realidades, há relações e abandono, tristeza e felicidade. Há confusão, mas também clareza e uma vontade de tentar perceber o caos. São 20 anos a tentar perceber o caos… 

 

American Psycho

A primeira vez que vi o Christian Bale foi aqui, no papel de um psicopata que gostava de matar pessoas porque sim. Ele tinha tudo, desde uma noiva de sonho, à profissão que lhe conseguia proporcionar uma vida de luxo e conforto. Mas apesar de tudo, tinha uma vontade que não conseguia controlar de matar. É altamente estranho, mas de uma forma estranha muito congruente como este American Psycho junta a classe à decadência dos crimes de Bateman (a personagem de Bale). É daqueles filmes para se ver pelo menos uma vez na vida. 

 

Os Anjos de Charlie

Voltamos à comédia num clássico, que foi alvo de um remake ainda em 2019 - bem, não é bem um remake, antes um regressar da equipa de espiões mais sexy do pedaço. Em 2000, era a passagem da série de TV de sucesso para o  grande ecrã com as estrelas do momento: Caeron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu, que instantaneamente se tornaram os anjos mais queridos de Hollywood. Se bem que de 2000, esta versão de Anjos de Charlie continua a deixar-nos com um sorrisinho na boca, nem que seja pelos idiotas acontecimentos que teimam em ajudar as 3 agentes a descobrir o culpado. Tão irrealista, tão interessante. 

 

Memento

É apenas fitting que, no ano em que Christopher Nolan lança um novo filme, mais estranho e arriscado, celebremos também o 20º aniversário daquela que foi, diria eu, a longa-metragem que nos fez (à população em geral, que eu não tinha idade para perceber nada) perceber que Nolan era um nome a ter debaixo de olho. Com as trocas a que nos tem acostumado, Memento conta a história de um homem com perda de memória a curto-prazo, mas que faz um esforço enorme para encontrar o assassino da sua mulher. Há mistério, há interpretações do caraças, há momentos WTF que fazem sempre sentido revisitar quando queremos ficar com uma perspetiva da carreira e do trabalho do mestre. 

 

Erin Brokovich

A primeira vez que vi Erin Brokovich, lembro-me que fiquei a pensar algum tempo sobre o filme. Não que fosse espetacular, ou que achasse que era uma grande obra-prima, mas porque me apercebi pela primeira vez do poder do cinema enquanto plataforma para contar histórias reais, de alertar para o que  acontece no mundo e ajudar-nos a preservar uma memória coletiva, não só dos grandes eventos da História da Humanidade, mas das coisas mais pequenas que continuam a ter a sua importância na forma como vemos o mundo. Erin Brokovich (aqui interpretada por um Julia Roberts de tal forma reinventada que ganhou o Óscar de Melhor Atriz  por este papel) existiu, era uma mãe solteira que descobriu que uma empresa de energia poluia as águas da região. Com persistência, lá conseguiu deitá-los abaixo. 20 anos depois, continua a ser um exemplo que até as histórias mais pequenas merecem ser contadas. 

 

Bring it On

Terminamos este throwback com um filme de adolescentes por excelência, para mostrar que nem sempre as comédias envelhecem bem - não por estarem mal feitas, mas simplesmente porque filmes sobre campeonatos de claques já não se aplicam tanto assim à realidade da adolescência, americana ou não. Bring it On, ou Tudo Por Elas, na versão portuguesa, era o culminar da rivalidade, da luta pela popularidade e até brancos contra pretos que foi muito explorado no início do milénio. Tinha a amizade, o romance e até a picardia entre classes sociais que era muito giro desmistificar, mas hoje sabemos que o caminho talvez não fosse esse. Ainda assim, marcou uma época, em que até jovens que não tinham claques queria fazer parte de uma. E tem Kirsten Dunst e Gabrielle Union, se precisam mesmo de uma desculpa para o rever.