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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

Obrigada por A Vida é Bela, Roberto

27.10.16 | Maria Juana

Estava às compras num conhecido supermercado quando vejo um balcão com DVDs a 2€. Achei que não podia perder a oportunidade: peguei em três filmes que nunca tinha visto, e trouxe-os para casa.

 

Devia ter uns 14 ou 15 anos. Já era aficionada pela II Guerra Mundial, e pelo Cinema. A Vida é Bela fazia parte daquele lote de “filmes de que toda a gente fala bem.” Foram os melhores 2€ que gastei na vida.

 

A Vida é Bela não é um filme como os outros. É mais. É um exemplo de que existem filmes que transcendem tudo o resto.

 

Esta é a minha crença. Tenho-a comigo desde que pus aquele DVD a funcionar pela primeira vez. E não é complicado perceber porquê: estamos a falar, não só de uma bela história de amor, como da força de um pai, que faz de tudo para que o filho não saiba que vive num campo de concentração.

 

 

Tudo isto contado de uma forma tão simples que nem damos pelo tempo a passar. Não existem artifícios, grandes planos ou filosofias baratas. Aquilo que vemos no ecrã é o mais importante, desde as personagens às suas relações, reflexões e diálogos. São elas que nos guiam por uma torrente de emoções fortes, e são elas que nos vão fazer questionar tudo à nossa volta.

 

Apesar de tudo isto só ser possível com um argumento excelente (que é), e uma produção e atores irrepreensíveis (que são), aqui temos de deixar a teoria de lado. Em A Vida é Bela, nada é teórico; o importante é o que tu sentes, do princípio ao fim.

 

Talvez seja isso que o torna tão incomum: não há um momento em que não se sinta nada, ou em que apenas estamos a ver um filme. Felicidade, tristeza, surpresa, asco... Há um remoínho de emoções que nos percorrem do início ao fim, como se alguém tivesse carregado no botão de aleatório e nos fizesse saltar de uma emoção para a outra. E há outra torrente de reflexões que vamos fazendo ao longo do filme.

 

Não é feliz, nem triste... É, apenas. O próprio final deixa um sabor amargo na boca, como se quisesse que questionássemos se existem mesmo finais felizes.

 

 

E tudo graças ao génio de Roberto Benigni. É inegável o seu toque e poder neste filme. Não é para menos: o mestre italiano escreveu, dirigiu e protagonizou A Vida é Bela. Não havia ninguém melhor, porque este filme merece (e teve) alguém que nele colocasse a sua alma.

 

Graças ao seu génio, podemos hoje pensar que tudo o que é mau pode ter o seu lado bom – só precisamos de um pouco de imaginação.

 

Mais: graças a A Vida é Bela, questionamos se isto da felicidade é mesmo efémero. E depois de muito refletir, chegamos à conclusão de que, afinal, se vivermos com amor... porra, não há mesmo nada mais belo do que aquilo que a vida nos proporciona!

 

No dia em que Roberto Benigni celebra o seu 64º aniversário, esta é a minha prenda: um obrigada por um dos filmes (e lições) da minha vida.

 

És um bom rapaz. Agora dorme. Bons sonhos. Talvez estejamos os dois a sonhar. Talvez isto seja tudo um sonho, e de manhã, a manhã vai acordar-nos com leite e bolachas. E depois de comermos, vou fazer amor com ela duas ou três vezes. Se puder.

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