Filmes de terror para quem nunca viu filmes de terror
Lembro-me bem no meu primeiro “filme de terror.” Tinha seis anos, e a sala estava vazia. Quis ver um filme, e estava a dar na TV um sobre um boneco de brincar. E eu pensei “olha, este é sobre brinquedos!”
Devo ter gostado, porque fiquei a ver até ao fim. Tenho flashbacks de algumas cenas, e a sensação de ter gostado mesmo muito daquela agitação. Só anos mais tarde é que descobri que não era um filme sobre brinquedos – era Chucky, o Boneco Diabólico, a história de um boneco possuído pela alma de um assassino em série.
A partir daí, ganhei um certo fascínio pelos filmes de terror. Gostava da sensação de pular da cadeira sempre que tinha uma surpresa, e daquele mistério que não nos deixa saber o que vai acontecer. Será que vai aparecer o assassino? Será que ela vai conseguir sobreviver até ao fim? Nunca sabíamos!
Desliguei-me do género há uns tempos, mas confesso que tenho alguma curiosidade em voltar a pegar nos clássicos e novas tentativas, com as luzes apagadas, de madrugada, como deve ser.
Mas sei que há quem não ache piada ao género. Por isso, fiquem aqui com 5 filmes que podem ver para ficarem a conhecer o que o terror tem de melhor. Sim, vão saltar da cadeira, e é possível que tenham pesadelos. O que tem isso de mal?
The Shining (1980)
Para muitos, é o melhor filme de terror de que há memória. Não, não há espíritos malignos, nem jogos macabros, nem seques assassinos em série que querem esventrar toda a gente. Há apenas o nosso maior inimigo: a mente humana.
The Shining, baseado no livro de Stephen King com o mesmo nome, conta a história de Jack Torrance, um professor arruinado que aceita ser guardião de um hotel para recuperar a sua família. O tempo seria aproveitado para escrever um romance que há muito adiava.
Parece simples, não é? Sim, não fosse o hotel ficar totalmente isolado no inverno, e a família de três pessoas ficar completamente sozinha. Já estão a ver como é que as coisas decorrem, não é? Há doenças mentais, ilusões e muitos, muitos sustos...
O Massacre no Texas (1974)
Não há clássico mais clássico do que este. Aliás, O Massacre no Texas foi um dos primeiros a surgir no cinema, e a ter muito sucesso. Está repleto de violência, mistério, e serras elétricas.
A história? É a de um grupo de amigos que vai passar uns dias a casa dos avós. Mas o que podiam ser dias de diversão, acabam por dar origem a uma perseguição por uma família de canibais.
Querem mais terror do que isto?
The Conjuring – A Evocação (2013)
Tínhamos de ter um filme mais recente, porque o terror não ficou nos anos idos. Ele está bem vivo, e The Conjuring (bem como a sua sequela) mostram isso mesmo.
Em parte, a culpa é com certeza da história de Ed e Lorraine Warren, um casal que ganha a vida a investigar casos paranormais. O primeiro filme passa-se em 1971, quando os Warren ajudam uma família a perceber o que se está a passar em sua casa.
Não vou mentir: se não gostam de espíritos, ou preferem o terror da violência, talvez este não seja o melhor filme. Há pessoas possuídas, barulhos estranhos, e coisas que mexem sozinhas.
Mas o mais assustador? É tudo baseado numa história verídica. Os Warren existiram, bem como as histórias que deixaram registadas. Bolas!
O Exorcista (1973)
O Exorcista é outro dos clássicos do cinema de terror! A par com O Massacre do Texas, é uma das joias da coroa do género, e uma ótima introdução a este mundo.
Claro que o nome indica claramente do que é que o filme trata, não é? Uma rapariga de 12 anos é possuída por um espírito, e a sua mãe quer fazer de tudo para a recuperar. Dois padres vão estar a fazer as honras.
Podem esperar efeitos especiais meio manhosos, mas não é por isso que é menos assustador. Se querem baixar as luzes, tenham cuidado com os pesadelos…
Gritos (1996)
Arrisco-me a dizer que, numa qualquer altura da nossa vida, toda a gente já assistiu a Gritos. E quem não o fez, devia. Aqui não há espíritos, fantasmas, ou seres de outro mundo. O medo vem do ser mais horripilante de sempre: o ser humano.
Para os que andaram a dormir desde 1996, em Gritos há um assassino em série à solta. A protagonista é Sidney, por quem o assassino tem uma predileção, o que não a ajuda em nada a ultrapassar a morte da mãe.
Se acham que é mais um filme sobre assassinos, não é bem assim. Vão perceber porque é que a máscara é tão conhecida, e porque é que, em 1996, a maioria das pessoas andava a espreitar o ombro sempre que andavam sozinhos.
EXTRA:
Acham mesmo que nos íamos esquecer de The Ring? O filme de 2002 que marcou o género no século XX não podia não figurar nesta lista. Nunca um toque de telefone pareceu tão assustador… Principalmente quando veem a versão original.
Não vou estragar a surpresa. Se nunca viram, aproveitem a próxima sexta-feira à noite.