EM DVD: Vida Inteligente (2017)
Ainda há quem compre DVD. Até há quem os compre sem ter visto primeiro o filme no cinema – para mim, quem o faz é corajoso mil, por tomar um risco desses.
É para esses (nos quais me incluo, ás vezes), que existe esta rubrica. São as críticas aos filmes que não cheguei a ver quando foram lançados no cinema, mas aos quais dou uma oportunidade quando saem em DVD.
É o caso de Vida Inteligente, que esta semana já podem encontrar nas lojas.
Valerá a pena?
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Sinopse: Uma equipa de cientistas permance a bordo da Estação Espacial Internacional, à espera da chegada de uma sonda vinda de Marte. A sonda pode trazer consigo a prova de que existe vida alienígena, e é com surpresa que encontram aquilo que parece ser uma célula viva entre o solo. Mas esta célula aparentemente inofensiva pode ter sido a causadora da extinção de vida em Marte.
A sinopse parece interessante, não é? Para quem gosta de ficção científica, e aguarda com expectativa o momento em que se provará que os aliens existem, tem tudo para dar certo. É demasiado bom para ser verdade...
Enquanto uma fã q.b. de filmes de ficção científica, este chamou-me a atenção pela tensão e expectativa que o trailer mostra. A perspetiva de sobrevivência e exploração espacial, que tem tudo para correr bem mas corre sempre mal, é uma aposta garantida... quando bem feita.
Não é que Vida Inteligente não esteja bem-feito. Para a história que tem, é competente e bom de se ver. Apesar de a ação passar a um ritmo acelerado, é perfeito para o tipo de história, e acabamos por sentir tensão nos momentos certos, e alguma supresa naqueles em que tudo parecia estar perdido. Nesse aspeto, o papel de Daniel Espinosa no papel de realizador parece ter sido bem desempenhado.
Da mesma forma, não podemos dizer que é um argumento desiquilibrado, ou que não nos parece bem. Também não há nada que nos diga que os atores não desempenham bem os seus papéis, ou que tecnicamente não é um filme interessante.
Mas acho que esse é o problema: é tudo apenas competente. E tudo apenas bom, nunca extraordinário. E o pior, é que parece que não havia potencial para ser muito melhor.
Porque sem uma história interessante, tudo fica desinteressante.
Vida Inteligente perdeu todo o potencial quando, em vez de nos mostrar algo novo ou diferente, pegou em fórmulas já vistas e combinou-as de uma maneira que não é assim tão boa. Passamos o filme todo a pensar ‘Hey, eu já vi isto em qualquer lado’, e por muito competentes que todos sejam a fazer o seu trabalho, essa sensação nunca nos larga.
Todos sabemos que ninguém está a tentar inventar a roda, ou que é difícil encontrar novas fórmulas quando tudo o resto já foi inventado. Mesmo assim, também ninguém quer ter uma sensação de deja-vu extrema ao longo de uma hora e 40 minutos.
Só que mesmo tendo isso em mente, não consigo libertar-me do facto de que esta premissa tinha tudo para ser explorada de uma forma diferente daquela que já vimos noutros filmes – e nem são filmes indies ou pouco conhecidos: são blockbusters tornados clássicos e vencedores de prémios.
Há momentos em que não me consigo contentar com um filme apenas competente; quero mais. Eu queria mais deste Vida Inteligente, e sobretudo, queria mais coisas que ainda não tinha visto.
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