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Fui ao Cinema... E não comi pipocas!

As aventuras e desventuras de uma miúda que se alimenta de histórias cinematográficas.

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Deadpool (2016), e a ode à BD

22.02.16 | Maria Juana

Sinopse: Wade Wilson (Ryan Reynolds) é um antigo militar de forças especiais virado mercenário. Quando descobre que tem cancro em fase terminal, aceita um tratamento experimental que não só lhe daria poderes de super-herói, como o curaria. Mas o tratamento não corre como o esperado, e Wilson decide vingar-se daqueles que o desfiguraram e impediram de estar com a mulher que amava.

 

Deadpool não foi um parto fácil. Depois de ter aparecido em X-Men Origens: Wolverine, em 2009, já na pele de Reynolds, houve um interesse para criar um filme dedicado ao anti-herói da Marvel. Mas foram precisos vários anos para que fosse dada luz verde ao projeto, o que não aconteceu sem alguns impasses. A 20th Century Fox, ainda não totalmente convencida de que o filme teria sucesso, concedeu um pequeno orçamento para que o filme fosse produzido. Só depois de algumas cenas terem sido sorrateiramente divulgadas na internet é que perceberam que, vá, o público até era capaz de querer algo do género.

 

E o risco e perseverança dos produtores compensaram: diz a Wikipédia (querem melhor fonte do que esta?) que, em pouco dias, os valores de bilheteira já ultrapassam os 300 milhões de dólares – um valor mais do que positivo. E embora muito se deve às campanhas de marketing que entretanto foram feitas, ninguém pode negar as críticas favoráveis que não tardaram em aparecer.

 

E não é de espantar: o filme é mesmo bom. Mais do que uma ode à personagem da banda desenhada original (Reynolds foi o primeiro a dizer que esta versão seria muito mais próxima da BD do que a que vimos em Wolverine), Deadpool goza com tudo e todos: os clichés de Hollywood e dos seus super-heróis, os produtores que atrasaram o projeto, as conceções da sociedade… Não há nada que lhe escape.

 

Em grande parte, a mestria é da dupla de argumentistas que pegou numa personagem e criou um ambiente de humor, ação e muita estupidez à sua volta. Sem pontas soltas e sem parecer que estamos no meio de uma grande salganhada, andamos para frente e para trás no tempo sem perder rumo à história - e é uma coisa boa, porque não existem tempos mortos, e as menos de duas horas de filme passam a voar, sem que pensemos que existe uma quebra de acontecimentos.

 

E, mesmo assim, não nos sentimos cansados ou saturados. É claro que há momentos de violência gratuita, de clichés românticos ou humor fácil, mas não nos podemos esquecer que a personagem é mesmo assim, e foi necessário encontrar um equilíbrio (aqui bem conseguido) para que resultasse no grande ecrã.

 

É importante que o visual e a visão acompanhem este sem número de coisas a acontecer ao mesmo tempo, e acredito que Tim Miller tenha sido uma ótima escolha para realizador. Da mesma forma, Reynolds é que dá todo o carisma e personalidade a Deadpool, fazendo esquecer que, em tempos, vestia de verde e disparava setas por todo o lado. O humor, a ironia, e o latex vermelho assentam-lhe que nem uma luva, e custa-me pensar um ator que conseguisse vestir tão bem a pele de Wade Wilson.

 

No fundo, Deadpool é tudo aquilo que estávamos à espera: é a quebra com os super-heróis politicamente corretos, o humor carregado de ironia, a ação em que a morte não deve ser evitada, mas desejada; é o adeus a um paradigma de filmes que nos levaram a acreditar que todos aqueles que têm super-poderes são obrigados a salvar a Humanidade pelo seu altruísmo.

 

Com um background que roça o romântico, Deadpool faz-nos acreditar que ainda existe alguma criatividade no panorama cinematográfico. Sim, é baseado numa personagem de banda desenhada cuja personalidade já estava delineada, mas aceitar transpô-la para o grande ecrã quando o Capitão América e o Super-Homem é que marcam a atualidade, é de valor.

 

Deadpool não quer saber das consequências das suas acções. Ele faz o que quer, porque acha que é o que tem a fazer. Se uns quantos morrem com isso, who cares? Ele não, de certeza…

 

E quanto à sequela de que já falámos… Estou dividida. Há potencial e sumo para explorar, mas está tão bom que tenho receio que seja uma saga arruinada.

 

De 0 a Vou ver isto vezes sem conta, leva: Vou ver isto até me cansar… E vai demorar! (é ali umas quatro estrelas e meia…)

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